Ao deixa a política, Domingos Vital escolhe Nezinho como sucessor

Foto: Arquivo

Cansado da vida política, depois de 28 anos de vereança, Domingos Vital da Silva queria fazer um sucessor, não simplesmente alguém para se sentar na cadeira que foi sua na câmara de vereadores, mas, sim, um jovem que “ouvisse” seu povo, principalmente do Alto do Cruzeiros. Os filhos, muitos, não tinham predileção para a política. 

Reuniu-se com seus amigos e correligionários e pediu ajuda na escolha do sucessor. Um deles, Domingos Terto, falou:

-Por que não o Nezinho?

Todos se entreolharam e a sugestão foi aceita unanimemente.

Quando do convite, Domingos Vital sentenciou: “Nezinho, aceite ser vereador e eu garanto lhe transferir 300 votos!”

  Manoel Pereira Filho, o Nezinho, aceitou começar uma nova vida, ser político e sucessor do “velho” Domingos Vital.

Foi o início de tudo.

Na política

Foram 14 anos, sendo um mandato como vereador e três como deputado estadual.

Na vereança, foi escolhido presidente da câmara de vereadores (legislatura 1979/1980). Com características próprias, Nezinho, como seu “mestre” Domingos Vital, era da mesma alada política dos Lúcio, da ARENA, sucessora da UDN.

Depois, no PFL, foi representar o agreste alagoano, principalmente Arapiraca, na casa de Tavares Bastos, por três eleições consecutivas, 1978, 1982, 1986. E na política, ano a ano, soube conquistar amigos e manter correligionários, como Theobaldo Barbosa, José Tavares, Guilherme Palmeiras; ou outros mais jovens, à época, como Elionaldo Magalhães (também representante de Arapiraca), Nenoí Pinto, Benedito de Lira. Ou, mesmo, seu grande amigo Divaldo Suruagy.

Nezinho soube, durante todos os anos na política de Arapiraca e na de Alagoas, preparar o futuro, através de dois de seus filhos: Ricardo e Rogério, um deputado estadual e o outro vereador.

No lar

Grupo de pessoas posando para foto

Descrição gerada automaticamenteManoel Pereira Filho, o Nezinho, com esposa (Dona Paula) e netos.

Mas, a vida política-partidária deste arapiraquense não teria o êxito sem que, por trás, estivesse a presença de uma cearense de Mauriti (da família Cartaxo): Paula Francinete Cartaxo Melo. Era o leme do Nezinho, orientadora, companheira, política e, acima de tudo, mãe de seus filhos José Ronaldo Pereira Melo, José Rodolfo Pereira Melo, Rosângela Maria Pereira Melo, Renê Pereira Melo, Rutineide Pereira Melo, Raulene Pereira Melo, Ricardo Pereira Melo, Rita Lêda Pereira Melo e Rogério Pereira Melo.

O fumicultor Manoel Pereira Filho, antes de ser político, soube trabalhar parte das terras na Serra da Mangabeiras doadas por seu pai, onde construiu sua casa. Uma sua filha, Rosângela, no livro “Ramos de Uma Grande Árvore”, assim falou de seu pai; “Ele se dedicava ao plantio do fumo, plantava, curava e passava a enrolar nos paus de saris, tendo o cerqueiro como local destinado para esta atividade. Quatro horas da manhã, já se ouvia o gemido do trabalho artesanal, avisando aos moradores que o dia já vinha nascendo e os homens começavam a labuta”.

Era Nezinho, homem simples do povo, vivendo sua vida de fumicultor.

Foto preta e branca de homens posando para foto

Descrição gerada automaticamente

Nezinho e Dona Paula, unidos até as partidas, em 2010.