Após a 2ª Guerra, Arapiraca tem os primeiros transportes coletivos

Foto: Capa da Edição 155 do Jornal de Arapiraca

Logo depois da 2ª Guerra Mundial, mesmo com a escassez de combustível (Arapiraca usava USGA em seus primeiros automóveis), o município tive o primeiro coletivo. Era a sopa assim chamada, ou mais precisamente um ônibus que fazia a linha Arapiraca-Maceió, de propriedade de José Dias de Araújo, o Bigodero, paraibano de Patos, que aqui chegou em 1950.  Chamava-se de Expresso Dois Irmãos e saía de Arapiraca cinco horas da manhã, voltando de Maceió às 4:00 hs, percorrendo o trecho Cana Brava (Taquarana), Canudos (Belém), Marimbondo, Atalaia, Pilar, Satuba e Maceió.

Expresso Dois Irmãos de propriedade de José Dias de Araújo “Bigodero”, que fazia a linha Arapiraca-Maceió nos anos 50. Foto: Arquivo

Outras empresas surgiram: o Expresso Arapiraquense, de Florisvaldo Magalhães, com as linhas Arapiraca-Maceió, Feira Grande-Arapiraca, (às segundas-feiras). Aliás, Florisvaldo Magalhães foi o primeiro empresário arapiraquense a manter uma frota de kombis fazendo transporte coletivo urbano, muito antes das atuais empresas de ônibus. As kombis faziam a linha Baixa Grande-centro, Cacimbas-centro, Canafístula – centro.

Após o Expresso Arapiraquense, Arapiraca teve a Empresa Penedense na mesma linha de Arapiraca-Maceió. Depois, esta foi adquirida pela Real Alagoas.

O BIGODERO: JOSÉ DIAS DE ARAÚJO (1919/1996)

Foto: Arquivo

Paraibano, aqui chegou em 1950. Foi o primeiro taxista de Arapiraca numa época em que os arapiraquenses transitavam a pé ou em bicicletas. Atuou sempre na área dos transportes, inclusive colocou, por algum tempo, uma linha de ônibus (conhecidos como Sopa) entre Arapiraca e Maceió. Bigodero, como era conhecido devido seu vasto bigode, era esposo da primeira cabeleireira de Arapiraca, Madame Nina, também paraibana.

RECIFE – ARAPIRACA

Ônibus semelhante a este, pertencente a Empresa Auto Viação Progresso, fazia a linha Caruaru-Arapiraca, com parada na praça Marques da Silva. Era dirigido pelo motorista Zé do Óleo, nos anos 60.

MESTRE DA OFICINA: EDGAR PACHECO LIMA (1922/1984)

Foto: Arquivo

Aqui chegou com 25 anos de idade, vindo de Rio Branco (hoje Arcoverde, Pe) e se instalou como mecânico de automóveis na rua Fernandes Lima até final dos anos 70, quando foi para a rua Ventura de Farias. A Oficina do Edgar, como era conhecida, fazia de tudo: da suspensão a reparo no motor, qualquer motor, independente de marca. Era casado com uma descendente de Arapiraca, Vilma Pereira Romualdo, que nasceu na serra da Mangabeira, em 1936, deixando nove filhos

MONTANDO EM ARAPIRACA: IMITAÇÃO DO FORD (1946)

Foto: Arquivo

Este é, verdadeiramente, o primeiro carro montado em Arapiraca. As peças, todas FORD, foram adquiridas no Recife e em São Paulo por Edgar Pacheco, que era proprietário da Oficina do Edgar, situada na rua Fernandes Lima, em frente a Casa de Saúde Nossa Senhora de Fátima. O ano da montagem deste veículo é 1946. Na foto, a esposa de Edgar Pacheco, Vilma Pereira Romualdo Lima. Este automóvel se encontra com familiares do montador.

UMA RARIDADE: PRIMEIRO CARRO EM ARAPIRACA – FORD 1919

Pertenceu a Manoel Leão, tradicional agricultor arapiraquense, que vive de 1890 a 1958. Era de pneu maciço e a caixa de câmbio com três marchas. Por causa do alto consumo de gasolina, o proprietário o chamava de “marvoso”. O primeiro motorista desse caminhão foi o popular Zé de Ervidia, natural de Coruripe-AL, sucedendo-lhe Virgílio Rodrigues, que, ao cabo de três anos, passou o volante ao seu primo, José Tomé e Zé de Marcelino.

Depois de “marvoso”, compraram carros em Arapiraca o Major Zé Farias, Firmino Leite, Laudelino Barbosa, Padre Epitácio Rodrigues, Né de Paula, Luiz Pereira Lima, Valdomiro Barbosa, entre outros

Fonte: Eli Mário Magalhães e Manoel Lira

Produção Editorial: Roberto Baía e Carlo Bandeira