Na tarde chuvosa deste sábado (16), representantes de movimentos de luta pela moradia, estudantes, sindicalistas e representantes da Unidade Popular (UP) percorreram os becos da Vila Emater para alertar aos moradores sobre a importância de defender o direito de organização popular e para conscientizar sobre a importância de votar com liberdade de escolha, sem interferências do poder econômico.
Uma das lideranças presentes, Vânia Gomes é liderança do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), organização com mais de duas décadas de atuação para reivindicar reforma urbana e garantia de moradias populares. “Bolsonaro incita a violência contra os movimentos de luta e também vem sinalizando que não pretende respeitar a vontade das urnas. É preciso desde já dizer que não aceitamos golpe. O povo que já enfrenta todos os dias a violência policial na periferia, não vai se dobrar para nenhuma ditadura”, conclamou Vânia.
Durante a caminhada, os manifestantes ouviram as queixas dos moradores que vivem em barracos precários, em condições insalubres, sem saneamento básico e sem infraestrutura na região. “Essa área passou a ser valorizada desde a desativação do antigo lixão, e a especulação imobiliária avançou por aqui. Sabemos o que isso significa. Pressão para que esses moradores sejam removidos. Nós queremos que a comunidade tenha condições de viver no espaço onde construiu sua identidade coletiva, e que o poder público garanta a infraestrutura necessária”, destacou Lenilda Luna, presidenta estadual da Unidade Popular.
O ato na comunidade fez parte de uma convocação nacional da articulação Povo na Rua que tem como objetivo denunciar para as comunidades periféricas as irregularidades cometidas pelo governo Bolsonaro. Segundo levantamento da Agència Pública, “ao todo, mais de 1550 pessoas e mais de 550 organizações assinaram pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Foram enviados 143 documentos ao presidente da Câmara dos Deputados, sendo 89 pedidos originais, 7 aditamentos e 47 pedidos duplicados”.
Os militantes denunciaram que apesar de tantas denúncias, Bolsonaro se mantém na presidência com a cumplicidade do presidente do Congresso, Arthur Lira. “É vergonhoso! A Câmara dos Deputados deveria ressoar os anseios da sociedade e não se render a esse servilismo para blindar Bolsonaro”, ressaltou Deraldo Francisco, jornalista e militante da UP.
Segundo os manifestantes, a maior parte dos filiados da Unidade Popular é morador de periferia e sofre na pele todos os dias as mazelas da exploração do capitalismo. “Não vamos aceitar que o governo bolsonaro e seus militares dêem um golpe na democracia do país”, concluiu Ésio Melo, presidente municipal da UP.
Fonte: Assessoria