A venda da petroquímica Braskem, responsável pelo maior crime ambiental em perímetro urbano do mundo, tem sido questionada nacionalmente pelas lideranças alagoanas. Para as lideranças, tratar o caso como pontual em uma cidade diminui o impacto real que o crime tem para o estado, o país e o mundo inteiro. Tratar do crime no âmbito nacional permite que se registre na história para que não venha ocorrer novamente e as vítimas sejam indenizadas da maneira correta.
O governador de Alagoas, Paulo Dantas, esteve em Brasília na última quarta-feira (26) para se reunir com o Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, e solicitou a suspensão da venda da petroquímica.
Segundo nota do governo, a venda da empresa prejudicaria diretamente os moradores das regiões afetadas pelo crime de 2018. Entre elas está o Estado de Alagoas, que sofreu prejuízos como a perda de postos de saúde, escolas desativadas, um hospital psiquiátrico e uma central da Samu, além de uma grande diminuição na arrecadação do ICMS naquela região. O que gera a necessidade de considerar os danos causados ao governo nas negociações para a venda da empresa.
“Esse desastre pode virar o maior case imobiliário especulativo do mundo e não vamos permitir. A Braskem cometeu um crime ambiental sem precedentes e pode lucrar bilhões de reais em alguns anos. Esse acordo simplesmente faz o causador do desastre lucrar, e a vítima, pagar o preço”, defendeu Paulo Dantas.
Através das redes sociais o senador Renan Calheiros, que levou o caso ao Senado Federal, informou que irá convocar os executivos e conselheiros da Braskem, os recentes e os anteriores que também estão envolvidos na exploração de salgema em Maceió, para depor no Senado sobre o desastre e como ressarcir também o Estado e todas as vítimas.
Na última terça-feira (25), a consultoria Diagonal Empreendimentos e Gestão de Negócios apresentou o Diagnóstico Técnico-Participativo do Plano de Ações Sociourbanísticas (PAS) e foi questionada pelas entidades que participaram da reunião. Entre as colocações, está que em nenhuma parte do documento a Braskem é citada como responsável pelo crime.
Um grupo apresentou ao Ministério Público Federal um dossiê questionando a parcialidade da empresa de consultoria em favor da Braskem.
Fonte: Jornal do Interior