Conheça a História de pessoas que ajudaram Arapiraca crescer

Foto: Capa Jornal de Arapiraca

AOS QUE AQUI CHEGARAM

A Série Arapiraca Memória Viva apresenta nesta edição quatro pessoas cujo trabalho contribuiu – e muito – para o desenvolvimento de nosso município. Assim, continuamos o resgate de nossa história porque quem não conhece o passado não saberá entender o futuro.

Agnelo Rodrigues de Melo (1901/1979) (Foto: Arquivo)

AGNELO RODRIGUES DE MELO (1901/1979)

Não só dos nativos vive um povo. A formação de um lugar é a conjunção entre os filhos da terra e os migrantes, vindos não se sabe de onde, mas determinados a se estabelecerem. Principalmente numa miscigenação salutar com os terrenos. Bem disse o poeta de Lagoa da Canoa (canoense), Judas Isgorogota* (pseudônimo de Agnelo Rodrigues de Melo): “Vocês não queiram mal aos que vêm de longe, aos que vêm sem rumo certo: as tempestades é que nos atiram para as praias sem fim …”.

Carroceiros, que se transformaram em transportadores; políticos, que foram industriais; mestres de oficina, que construíram automóveis; estudiosos que foram mestre na educação; vendedores de carvão, que se transformaram em industriais;  peladeiros, que foram mestres na arte da bola, E por aí vai: “os que vêm de longe, os que vêm famintos, os que vêm rasgados de dar compaixão, os olhos parados, os pés doloridos, pisando saudades calcadas no chão …”

Sem dúvida, a criação de Arapiraca deu-se primordialmente com a chegada do migrante Manoel André Correia dos Santos. Logo depois, cunhados, irmãos, primos. E formaram um povo: os Correias, os Rodrigues, os Magalhães, os Lúcios, os Ribeiro, os Leite e outros eram os nativos. Disse, ainda, o poeta: “vocês nunca souberam o que é tempestade na vida de um homem … e nem saberão! É a seca na mata … e o mato rangendo, é a terra tostando, virando zarcão…”

Depois da criação, veio a formação de Arapiraca. Migrantes e nativos se miscigenando numa mistura que deu a pujança da terra: os Morais, os Abreu, os Silva, os Santo, os Lins, os Cavalcante, os Lira, os Pereira Lima, os Pereira Rocha, os Barbosa, os Almeida, os Ferreira, os Valença, os Matos, os Albuquerque, os Mateus, os Carvalho, os Melo, os Nunes, os Pereira, os Rocha, os Gomes, os Vital e tantos outros.  

O poeta diz: “vocês não queiram mal aos que vêm de longe, rasgados, famintos, de dar compaixão… os olhos na terra … os pés doloridos … pisando saudades calcadas no chão”.

É a história de Arapiraca e seu povo.

*Agnelo Rodrigues de Melo, poeta e jornalista, nasceu em Lagoa da Canoa em 11 de setembro de 1901. Morreu em São Paulo em 10 de janeiro de 1979. Durante sua vida publicou, entre muitos poemas, “Divina Mentira e Recompensa”, que recebeu menção honrosa da Academia Brasileira de Letras. As estrofes citadas são do poema “Os que vêm de longe”.

Lauro Pereira de Carvalho. Foto: Arquivo

O alfaiate Lauro Pereira de Carvalho (1927/2012)

Natural de Mauriti (CE), radicou-se na cidade de Arapiraca no ano de 1941, com 14 anos de idade, chegando à cidade, na companhia de seu genitor, após ficar órfão de mãe. Ainda muito jovem, após o falecimento do seu pai,

“MANOEL PEREIRA DA CUNHA”, foi morar em companhia de seu irmão “Nôzinho”, um conhecido alfaiate de Arapiraca, quando e com quem, então, aprendeuo ofício da arte de Alfaiataria.Anos após, Nôzinho se transferiu para Brasília. Lauro, já como alfaiate conhecido e com grande freguesia na cidade, se estabeleceu na Rua do Comércio.

No ano de 1956, nas festividades carnavalescas da cidade, conheceu a professora Mirian Acioly de Vasconcelos, a qual namorou por 01 ano e contraíram matrimônio no dia 12/10/1957, na Igreja Matriz Nossa Senhora do Bom Conselho.

Para criar seus filhos, além de ser alfaiate, Lauro também tinha uma lanchonete: “COMERCIAL LANCHES”, na Praça Manoel André (Rua do Comércio), centro da cidade de Arapiraca. Passou a residir na cidade de Maceió em 1986, onde veio a falecer em 06/07/2012; foi sepultado na cidade de Arapiraca, aos 84 anos de idade.

Manoel Lúcio da Silva. Foto: Arquivo

Fundador do clube dos fumicultores

Manoel Lúcio da Silva (1906/1961)

Um dos três irmãos Lúcio (Manoel Lúcio da Silva, José Lúcio de Melo e João Lúcio da Silva) e o único que não participou da política partidária. Com seu irmão José Lúcio de Melo era proprietária da primeira indústria de charutos e cigarros da região: a Fábrica Leda. Foi fundador e presidente do Clube dos Fumicultores e da Banda de Música do Clube dos Fumicultores, que teve Nelson Palmeira como um de seus maestros. Pai de políticos, Severino Lúcio e Dalmácio Lúcio e do médico José Carlos da Silva  (vereador por duas legislaturas) é nome de rua no bairro Cacimbas.

Henrique Honório Silva. Foto: Arquivo

O PERNAMBUCO

Henrique Honório Silva (1929/2016)

Nasceu na Serra do Boi em Garanhuns – PE e chegou em Arapiraca em 1941, aos 12 anos. Vendia bolos da sua irmã, Elisa Boleira. Foi um dos primeiros carroceiros de Arapiraca, junto com seu Lorde, seu Liberalino, seu Cantílio e outros.

Foi, também, plantador de fumo, onde melhorou de vida, comprando uma camionete Ford amarela, passando depois para um caminhão Mercedes 1113, onde trabalhou com muita honestidade para criar sua família.

Casou com Maria Helena Silva em janeiro de 1949 constituindo sua família com 3 filhos (Geraldo, Everaldo e Eraldo) e 2 filhas (Maria Gleide e Cida).

Muito espirituoso e brincalhão, fazia gozações de variadas situações, ficando famoso por várias “estórias”.

MEMÓRIA VIVA DE ARAPIRACA AGRADECIMENTOS

Desembargador Tutmés Airan de Albuquerque Melo (Presidente do TJ/AL, de Maceió, Alagoas): Coisa boa, Elimário! Que coisa boa … vocês estão dando aí uma enorme contribuição prá cidade, prá Alagoas, porque nada existe sem a história da gente. Parabéns pelo trabalho. E estamos juntos!

Ismael Pereira de Azevedo (Ex-deputado estadual e ex-vereador por Arapiraca, de Aracaju, Sergipe): “Como foi gratificante ter diante dos meus olhos esta relíquia memorial. Para mim, um tesouro de valor imensurável”.

José Marçal Andrade Neto (ex-comerciante de Arapiraca, de Maceió, Alagoas): “Lira, o Sérgio me trouxe o jornal. Li os artigos. Vai servir para as gerações atuais e futuras”.

Isaac Sandes (Promotor de Justiça, de Maceió, Alagoas): ”Muito boa a matéria”.

Dr. Hebert Toledo (Médico, de Maceió, Alagoas): “Parabéns. Maravilha de publicação”.

José Monteiro Filho (Contabilista e ex-gerente da CEF em Arapiraca, de Maceió, Alagoas): ”Obrigado. Que coisa boa!”

José Ivanildo Tavares Ferreira (Ex-gerente do BB em Maceió, de Campina Grande, Paraíba): “Parabéns. E viva Mocambo!”.

Fonte: Eli Mário Magalhães e Manoel Lira

Produção Editorial: Roberto Baía e Carlo Bandeira