Correspondente bancário é denunciado por peculato após desviar R$ 723.828 de 67 clientes em Olho D’Água das Flores

POR REDAÇÃO

Um correspondente bancário vinculado ao Banco do Brasil foi denunciado pelo Ministério Público de Alagoas (MPAL) pelo crime de peculato, após desviar R$ 723.828,00 de 67 clientes de uma instituição financeira situada no município de Olho D’Água das Flores, no sertão de Alagoas. Para garantir que as vítimas sejam ressarcidas, o MPAL solicitou o sequestro e a indisponibilidade de todos os bens do denunciado.

As investigações apontaram que, aproveitando-se de sua função, o correspondente bancário acessava contas de clientes, realizava transferências não autorizadas, contratava empréstimos fraudulentos e inseria dados falsificados no sistema da instituição financeira. Além disso, em alguns casos, ele falsificava documentos e autorizações digitais, engajando-se em práticas tão bem elaboradas que conseguiu cometer os desvios sem levantar suspeitas por um longo período. Entre os prejudicados, 17 eram idosos, com idades variando entre 62 e 83 anos.

O promotor de Justiça Alex Almeida, responsável pela ação, qualificou o comportamento do acusado como extremamente grave, considerando o impacto que ele causou às vítimas. “Esse cidadão agiu de má-fé e de maneira planejada, enganando pessoas que confiavam no sistema bancário e acreditavam que suas contas estavam seguras. O crime que ele cometeu não é um simples estelionato, mas peculato, um crime muito mais sério, em que ele se passou pelos donos das contas”, declarou o promotor.

O peculato e a relação com a Administração Pública

Apesar de não ser servidor público no sentido tradicional, o denunciado estava vinculado diretamente à Administração Pública por meio de sua função como correspondente bancário, autorizado pelo Banco do Brasil, uma instituição financeira federal. O promotor Alex Almeida destacou que, mesmo sem ser servidor estatutário, o acusado se enquadra como funcionário público para fins penais, pois tinha acesso privilegiado ao sistema bancário e aos dados dos clientes.

“Ele era um agente de crédito que tinha acesso aos sistemas da instituição financeira e à capacidade de movimentar grandes quantias em nome de terceiros. Isso o configura como um funcionário público sob a ótica penal, e, portanto, o ato que cometeu é considerado peculato, um desvio de recursos que ele usou para benefício próprio”, afirmou Almeida.

Pedido de sequestro de bens e indenização às vítimas

Com base no montante expressivo desviado, o MPAL requereu o sequestro dos bens do denunciado, incluindo contas bancárias, imóveis, veículos e outros ativos financeiros. O objetivo é garantir que os valores desviados sejam recuperados e que as vítimas recebam a devida indenização. O promotor também solicitou que o acusado seja punido de acordo com a lei e que os danos causados sejam reparados de forma justa.

“Estamos tratando de um valor significativo, e a única forma de assegurar que as vítimas sejam ressarcidas é garantir a indisponibilidade dos bens do acusado. Isso inclui desde bens materiais até valores financeiros, para garantir que ele seja responsabilizado por seus atos”, completou o promotor Alex Almeida.