O desenvolvimento esportista em Arapiraca passa pelo futebol. Desde a construção da estrada de ferro, trecho que ligava Arapiraca a Porto Real do Colégio, que os jovens daquela época já disputavam longas partidas de futebol. Iniciou-se com o Ferroviário, time mantido pela Great Western. Isto nos anos 50. A Associação Sportiva de Arapiraca, o ASA (hoje, Agremiação Sportiva Arapiraquense), somente surgiu com Antônio Pereira Rocha, em 1952.
Houve, nos anos 60, uma tentativa de popularizar o volley, que era jogado numa quadra de barro nos fundos da escola Hugo Lima (seus frequentadores: José Moacir Teófilo, Ednaldo e José Lima, Eraldo Lima (do Ginú), Acebílio, José Inocêncio, Enaldo Jatobá (Shell), Severino Pedro, Marcolino Guedes. Depois de uma grande crise financeira, em 1970, quando o presidente era o baiano José Alves, extinguiu-se o ASA (Associação), para erguer-se o ASA (Agremiação), com a denominação de Agremiação Sportiva Arapiraquense. De qualquer forma, como associação ou agremiação (envolto em nova crise), o ASA sempre foi o responsável pelo divertimento dos arapiraquenses.
O fundador do ASA: Antônio Pereira Rocha
Um apaixonado pelo ASA, que fundou e foi seu primeiro presidente em 1952. Entre idas e vindas para o sul do país, este filho de Feira Grande/AL, antigo Mocambo (mais precisamente no povoado Pilões) trouxe impulso comercial a Arapiraca, desde seus primórdios. Aqui, também participou da vida política, sendo aliado da família Lúcio, mostrando destemor e coragem (numa época violenta, trocou tiros com pessoas ligadas aos Pereira Lima, na praça Manoel André). Além de sua paixão pelo ASA, Antônio Pereira Rocha se destacou como comerciante, pois, antes de comercializar em Arapiraca, foi também proprietário de padarias em Montes Claros/MG, e em São Paulo/SP. Pai da ex-prefeita Célia Rocha.
Paulo Tenório Ferreira Silva
Alguém disse quando de sua morte: “Paulo Tenório foi um grande apaixonado pelo nosso ASA. Duou-se de coração ao time e acreditava que um dia o ASA seria reconhecido como o melhor time de Alagoas. Esse dia chegou. Ele acompanhou todas as conquistas do ASA”. Filho de Pernambuco (município de Bom Conselho), era um apaixonado também por Arapiraca, onde se estabeleceu como grande comerciante no ramo de bebidas. Sempre desportista, foi, várias vezes, presidente do ASA (como Associação e como Agremiação), algumas delas agindo quase irracionalmente, de tanto amá-lo. Foi sepultado no túmulo dos pais, em Cacimbinhas /AL.
Campeão estadual de 1953
Um ano após ter se formado do Ferroviário Atlético Clube (Ferroviário da Estação), o ASA foi campeão alagoano de futebol em 1953. O regulamento do campeonato dizia que o campeão de futebol do interior jogaria com o campeão da capital, para daí sair o campeão de todo o estado. O ASA, campeão do interior, foi, então, proclamado o grande vencedor, pois o Ferroviário de Maceió recusou-se a disputar o título. O ASA campeão era este, da esquerda para a direita: Antônio Pereira Rocha (presidente), Euvaldo, Acebílio, Dema, Baiano, Zezinho Paraíba, Zequinha, Pinheiro, Cícero e Luizinho Evangelista; agachados: Everaldo, Cabeleira, Netinho, Cecé, Paizé, Marcelo e Valdemar.
Acebílio Vieira Leite (1934/1992)
Foi um craque. Usava a inteligência, evitava os obstáculos, racionalizava o esforço e consagrou um estilo. Um atleta de futebol com a intensidade exata da força, direção infinitamente correta, sentido rigorosamente certo. Era o equilíbrio físico, técnico e mental representado da melhor forma. Tudo isso era Acebilio em seus melhores tempos.
Viveu sua vida vestindo a camisa do ASA de Arapiraca onde se sagrou campeão alagoano em 1953 e atuou por 20 anos. Após aposentar-se como atleta da bola, foi o resto da vida bedel do GNSBC, depois CBC.
Ferroviário Atlético Clube: A origem do ASA
O Ferroviário Atlético Clube (conhecido como Ferroviário da Estação), time pertencente aos trabalhadores da Great Western, que fazia a linha férrea de Arapiraca até Porto Real do Colégio, e futebol que deu origem ao ASA. Esta foto, de 1950, mostra, da esquerda para a direita: padre Luiz Ferreira (dirigente), Leal, Gonzaga Dentista, Niltinho (irmão do dr. Edler Lins), Sebastião do Leocádio, Francisco Tavares, o Tavarinho, que era professor e técnico do time); Agachados: Celso, Nilson, Jorjão, Arnaldo, Heraldo do Ginú, Aldo Lima; deitado: Luizinho Evangelista (goleiro). Destes, Luizinho, Heraldo do Ginú e Sebastião do Leocádio continuaram no ASA, quando este se formou a partir do Ferroviário, em 1952.
Sebastião Siquira da Silva – o Cecê
Sebastião Siqueira da Silva, o Cecé, era Pernambucano, mas Arapiraquense de coração. Começou sua carreira no ASA em dezembro de 1952 e um ano
depois conquistou o Campeonato Alagoano, sagrando-se a revelação da competição. O jogador ficou conhecido como “O Arataca”, pois era um jogador
técnico, com chute forte e se deslocava com muita facilidade.
Vicente Categoria
Alfaiate de profissão, “Vicente Categoria” costumava se encontrar com os amigos em seu ofício de sapateiro na rua Estudante José de Oliveira Leite, centro de Arapiraca, local onde guardava parte de seu acervo fotográfico. Conhecedor profundo de toda a trajetória da Agremiação Sportiva Arapiraquense, desde quando se chamava Associação Sportiva de Arapiraca, fundada em 1952, ele tinha um dos maiores acervos fotográficos do time com mais de 500 fotos, inclusive com Mané Garrincha, que esteve em Arapiraca participando de um jogo amistoso no “Fumeirão”.
Uma curiosidade: nos anos 50/60, Vicente era um dos maiores colecionadores de revistas de cowboys (os conhecidos gibis), negociando nas tardes de domingo e segundas-feiras nas matinées do cine Trianon, situado na praça Gabino Besouro, depois praça Marques da Silva.
Clodoaldo Pedro – Seu Coló (1924/1980)
Um verdadeiro desportista, na acepção da palavra. Nascido de uma família de nove filho, aprendeu as primeiras letras quando trabalhava como office-boy nos Seminários Diocesano de Maceió e de Salvador (Ba). Em Arapiraca, foi servidor municipal na gestão do prefeito Luís Pereira Lima.
No esporte, foi chefe de concentração do ASA e fundador e presidente do Ipiranga, time amador que formou alguns excelentes jogadores (Chico Bau é exemplo). Na política, foi vereador pela legenda do MDB –Movimento Democrático Brasileiro (1973), e suplente nas eleições de1976. Fez parte da Banda de Música N.S. do Bom Conselho, cujo maestro era Nelson Palmeira.
Fonte: Eli Mário Magalhães e Manoel Lira
Produção Editorial: Roberto Baía e Carlo Bandeira