Novembro é um mês marcante para a vida de Alagoas e para os alagoanos, natos ou adotivos. O Brasil reconhece, nesse mês, dois fatos históricos relevantes para a formação de um povo, de um país. Porém, a nação que poderíamos e deveríamos ser, ainda caminha a passos lentos.
De Zumbi a Deodoro, Alagoas, ainda jovem enquanto um estado constituído em um regime federativo, teve e ainda tem um papel decisivo na política, na literatura, nas artes, e até na medicina deste país.
Na República, tivemos o primeiro presidente do Brasil, o segundo e o trigésimo segundo. Médicos famosos e conceituadíssimos, também os temos. Literatos, tivemos mais de um. Poesias, contos, dramas humanos, artistas na música e nas artes cênicas, na linguística lusófona, e até personalidades jurídicas tornaram-se referências neste planeta de meu Deus. Legisladores no Congresso Nacional, pelo menos quatro nomes se ressaltaram e ainda influenciam as discussões, e, muito principalmente, as decisões plenárias nacionais.
Voltando mais no tempo, fomos palco de reis e rainhas; pelo menos nos Quilombos os tivemos, mesmo arrancados de sua África, mas os tivemos aqui, altivos em sua honra despedaçada pelo escravismo, mas ativos nas suas lutas pela liberdade de viverem livres.
Levantes, tivemos alguns, até a mais importante revolta popular deste Brasil ainda colônia, quiçá do mundo feudal ao atual. Sendo o Quilombo dos Palmares o palco mais famoso desse derrame de sangue de negros e indígenas, que ainda ecoa na nossa história. Contudo, por que ainda somos o povo marcado por tanta desigualdade?
Um pequeno pedaço de terra com tanta glória lá em cima, e tão pouco gozo aqui embaixo, deveria ser conduzido para um caminho maior e altruísta. Deveras, a luta poderia ser em favor de todos. Porém, de fato não é.
As elites políticas, por enquanto, dão ao imbróglio uma importância que não une, não beneficia os mais carentes de atenção do Estado. Mesmo que o vislumbre descortinasse a mantença do poder, poder-se-ia reverter em benfeitorias para muitos.
Haverá, um dia, o surgimento de uma alma nova que transforme essa guerra pelo poder, em traçadas ideias que se movimentem na direção da justiça social, da cidadania plena de poder ser do povo o poder de ser para todos.
De Zumbi aos Marechais, até aos tempos atuais, haverá de nascer um novo dia!
POR CARLO BANDEIRA