A história do homem capaz de transformar qualquer objeto em música que conquistou o título de “bruxo dos sons” foi retratada no projeto Raízes de Arapiraca, idealizado pelo deputado estadual Ricardo Nezinho. O documentário que apresenta a trajetória de Hermeto Pascoal foi apresentado para amigos e admiradores da arte do músico na última quinta-feira (30), no bar Música Boa, antigo Vinil Coffe Bar.
Na ocasião, o deputado Ricardo Nezinho agradeceu a presença dos amigos que prestigiaram o lançamento. Em sua fala de abertura, destacou a importância do trabalho em equipe que permitiu que o documentário fosse rodado em meio a pandemia. E reforçou a magnitude de Hermeto que começou sua carreira na feira de Arapiraca.
A equipe do Jornal de Arapiraca, representada pelos jornalistas Roberto Baía, Eli Mário Magalhães, Lysanne Ferro e Carlo Bandeira prestigiaram o evento.
No documentário, Hermeto Pascoal, aos 86 anos, relembrou momentos da sua infância, em que todos estranhavam sua excentricidade. Através dos seus relatos, é possível perceber que a memória permanece intacta com a riqueza de detalhes. Autodidata, se encantou com os sons da natureza e aos 10 anos aprendeu a tocar, praticamente sozinho, acordeão, flauta e saxofone, entre outros instrumentos. Mas não foram os instrumentos tradicionais que o fizeram famoso, nas mãos de Hermeto qualquer objeto se torna fonte de música.
O bruxo começou sua carreira tocando na feira de Arapiraca e conquistou o mundo com a sua capacidade de fazer música de maneira irreverente, surpreendendo a todos que têm contato com sua arte.
Em Recife, conheceu sua esposa, Ilza da Silva, com quem viveu por 46 anos e teve seis filhos: Jorge, Fábio, Flávia, Fátima, Fabiula e Flávio. Foi na capital de Pernambuco também que conheceu Sivuca, com quem dividiu os palcos por muitos anos.
Sua carreira ganhou destaque a nível internacional e se tornou um dos nomes mais respeitáveis no jazz, participando de festivais, chegando a receber o título de Doutor Honoris causa das universidades de New England Conservatory, de Boston (2017) e da Universidade Federal da Paraíba (2019).
No Brasil, foi homenageado pelo Festival de Música Contemporânea Brasileira (FMCB) em sua quarta edição, realizada em 2017.
O projeto Raízes de Arapiraca dá destaque a histórias de arapiraquenses que contribuem para o desenvolvimento da cidade e está na sua 12º edição. Ao todo, já foram lançados cerca de 200 documentários no projeto Raízes que podem ser acompanhados pelo portal raizesdearapiraca.com.br ou pelo canal do Youtube: Raízes de Arapiraca.
Fonte: Jornal de Arapiraca / Lysanne Ferro