
A Polícia Federal deflagrou, nesta sexta-feira (28), a operação Dissimulatus, que investiga um esquema criminoso de fraude envolvendo o recebimento ilícito de pensão por morte, com uma atuação que perdurou por cerca de seis anos. A operação teve como alvo principal a cidade de Arapiraca, onde foi cumprido um mandado de prisão preventiva contra um dos envolvidos, que também é acusado de cometer estupro de vulnerável contra a própria filha, um crime pelo qual já havia um mandado de prisão expedido pela Justiça Estadual de Alagoas.
O esquema criminoso investigado pela PF consistia na falsificação de documentos e na utilização de uma terceira pessoa para simular que a beneficiária do benefício de pensão por morte, após o falecimento do Agente da Polícia Federal, ainda estava viva. Essa fraude permitiu que o pagamento da pensão fosse mantido até outubro de 2022, mesmo após a falecida beneficiária ter morrido em abril de 2016. Durante esse período, os envolvidos continuaram recebendo os valores da pensão, o que gerou um enorme prejuízo aos cofres públicos. De acordo com as investigações, o valor total desviado foi de R$ 2.135.114,91, incluindo juros e correção monetária.
Além da prisão preventiva e da apreensão de documentos e outros materiais em Arapiraca e Maceió, a Justiça determinou o sequestro de bens dos investigados, o que faz parte de um esforço para reverter os prejuízos causados pelo esquema e coibir a lavagem de dinheiro relacionada à fraude. O modus operandi do golpe envolvia a utilização de documentos falsificados, o que dificultou o trabalho de fiscalização das autoridades durante vários anos.
A operação Dissimulatus também revelou que os responsáveis pelo esquema mantiveram a farsa por um longo período, criando uma rede de falsificação de documentos e manipulação de registros oficiais para garantir que o pagamento continuasse sendo feito, embora a beneficiária já tivesse falecido há mais de seis anos. O fato de o crime ter se estendido até 2022 é um indicativo de quão sofisticada e estruturada era a operação criminosa.
Além do crime de fraude contra a administração pública, a prisão do investigado em Arapiraca chama atenção pelo fato de ele ser também acusado de estupro de vulnerável contra sua própria filha. Esse caso, que já tinha levado à expedição de um mandado de prisão pela Justiça Estadual, adiciona uma dimensão ainda mais grave ao envolvimento do suspeito em atividades criminosas.
A Polícia Federal segue com as investigações para identificar todos os envolvidos no esquema e esclarecer todas as ramificações do golpe, enquanto a Justiça trabalha para garantir a devolução do dinheiro desviado. A operação também reforça o compromisso da PF em combater fraudes no sistema de benefícios públicos e a atuação do crime organizado na lavagem de dinheiro.