Entre o medo e o julgamento: Alagoas observa o destino de Bolsonaro

POR CARLO BANDEIRA

O Brasil estremece sob os ventos da Justiça, e em Alagoas não se fala de outra coisa. Nos mercados, nos grupos de WhatsApp, nas calçadas onde a política sempre se discute com café quente e olhar desconfiado, o nome de Jair Bolsonaro volta a arder como brasa em madeira seca.

Com a sombra da prisão se aproximando, o ex-presidente deixa de ser apenas memória recente para tornar-se assunto urgente. Em voz alta ou sussurrada, o povo pergunta: será que agora vai? Uns dizem que sim, que a lei enfim chega a todos. Outros, receosos, veem manobras e doenças inventadas como rota de fuga para quem sempre desafiou as instituições.

Nas praças de Palmeira dos Índios, Maceió, Arapiraca, ecoam versões de um país dividido. Alguns se recordam das palavras duras, dos gestos de força, dos atos que mancharam a democracia em 8 de janeiro. Outros ainda o defendem, como se a pátria fosse um campo minado de paixões eternas.

Enquanto isso, a Polícia Federal trabalha. O Supremo avança. E a história, essa que não perdoa nem se curva, escreve mais uma linha sobre um Brasil que clama, com esperança: que todos e todas sejam iguais perante a lei.