Everton Dimoni / Ascom Seprev
A campanha Janeiro Branco, dedicada à conscientização sobre o cuidado com a saúde mental e emocional, é uma oportunidade para se discutir de forma mais ampla questões relacionadas à dependência química, uma das principais consequências de transtornos emocionais não tratados.
O psicólogo Júnior Amaranto, especialista no assunto e servidor da Superintendência de Políticas Sobre Drogas da Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev), alerta para a importância de abordar o tema de forma preventiva.
Segundo Amaranto, a saúde mental e a dependência química estão intimamente relacionadas. Ele explica que, em muitos casos, o consumo abusivo de substâncias acaba sendo utilizado como válvula de escape para o sofrimento emocional.
“Muitas vezes, o uso de álcool e de outras drogas surge como uma tentativa de aliviar dores emocionais, ansiedade, depressão ou até mesmo traumas não tratados. Essa é uma solução ilusória, que frequentemente agrava a situação. Além disso, essa prática cria um ciclo vicioso: a substância inicialmente alivia a dor, mas, com o tempo, causa danos físicos, emocionais e sociais que intensificam os problemas”, alerta o especialista.
Junior Amaranto destaca que tanto o consumo de bebidas alcoólicas quanto o uso de diferentes drogas ilícitas fazem parte da realidade de milhões de pessoas ao redor do mundo. Ele ressalta que buscar ajuda profissional e adotar novos hábitos são caminhos importantes para quem deseja alcançar equilíbrio emocional e se libertar dos vícios.
“É fundamental perder o medo de falar sobre o tema e procurar apoio. Não devemos hesitar em fazer terapia, cuidar da saúde, praticar atividades físicas, manter uma alimentação balanceada e investir em hábitos saudáveis. O Janeiro Branco nos lembra da importância do bem-estar e do equilíbrio em nossas vidas, incentivando-nos a reescrever nossa história. Acredite, é possível mudar”, pontuou.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a dependência química não é uma questão de escolha pessoal, mas um problema de saúde pública que exige atenção multidisciplinar. Nesse contexto, a busca por ajuda profissional é essencial para quem deseja ter uma vida com mais saúde e superar o vício de maneira permanente.
“É fundamental desmistificar o tratamento psicológico, psiquiátrico e também o tratamento contra a dependência química, pois cuidar da saúde mental é um ato de coragem e responsabilidade. É nosso papel, como sociedade, garantir que essas pessoas sejam acolhidas e tenham acesso ao cuidado necessário”, finalizou Júnior Amaranto.
Rede Acolhe
Em Alagoas, o Governo do Estado oferece uma rede de apoio e acolhimento para pessoas que enfrentam a dependência química. A Rede Acolhe disponibiliza 750 vagas em 26 comunidades terapêuticas para tratamento voluntário e gratuito para quem deseja se livrar do vício. O serviço está disponível para homens e mulheres a partir dos 18 anos de idade.
Para quem busca acolhimento para si ou precisa deste serviço para uma pessoa conhecida, o atendimento pode ser feito de forma presencial, nos Centros de Acolhimento localizados em Maceió e Arapiraca, ou agendando uma visita das equipes técnicas pelo número 0800 280 9390.