Hospital do Coração: políticos alagoanos cobram transparência na compra feita por prefeitura de Maceió

Redação

O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), anunciou no início da semana a compra do Hospital do Coração, pelo valor de R$ 266 milhões, dinheiro que é fruto do acordo com a Braskem. A compra chamou a atenção de políticos alagoanos que vêm criticando o valor empenhado pela prefeitura. 

O senador e atual Ministro dos Transportes, Renan Filho, tem utilizado redes sociais e programas que tem participado para questionar a quantia que, segundo ele, foi a mesma que ele utilizou para construir três hospitais para Alagoas no período da pandemia,quando foi governador. “Por que a decisão de comprar especificamente aquele hospital? Isso é o princípio da impessoalidade. Por que R$ 266 milhões? Mais caro que os três hospitais que eu fiz na capital. A prefeitura de Maceió está dizendo: ‘pague três e leve um’. Isso não tem sentido. Fiz uma crítica e vou continuar fazendo”, afirmou em entrevista à Rádio CBN. Renan Filho também pontuou a necessidade do Ministério Público investigar a aquisição.

O deputado federal Rafael Brito (MDB) postou em suas redes sociais que protocolou um pedido de informações para a prefeitura de Maceió, a secretaria municipal de saúde e o Hospital Albert Einstein sobre a compra do Hospital do Coração. Pela Lei de Acesso à Informação, eles terão 20 dias para enviar todo o processo de aquisição e o laudo de avaliação do valor da compra. “Fico feliz que a população da nossa capital, depois de muitos anos, tenha um hospital administrado pela prefeitura. Mas me causa muita estranheza a forma como se deu essa aquisição”, afirmou.

Na Casa Tavares Bastos, o deputado estadual Alexandre Ayres, que foi secretário estadual de Saúde de Alagoas, também questionou a compra pelo valor considerado acima do mercado. “Nenhum gestor está acima das leis e, por isso, toda aquisição de bens moveis ou imóveis pela administração pública deve respeitar os princípios da impessoalidade, transparência e legalidade”, defendeu.

Até então, o prefeito JHC não se pronunciou sobre as críticas.

Atualmente, o hospital que funciona pela rede privada possui 75 leitos, segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES). De acordo com a prefeitura, os leitos serão ampliados para mais de 200 leitos e passará a se chamar Hospital da Cidade. A gestão municipal deve assumir a administração do hospital em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein em janeiro.