



No último sábado (27), Arapiraca foi palco de um evento histórico e inspirador: o I Festival Afrofeminino. Organizado pelo coletivo Rolê das Pretas, o festival foi um marco para a comunidade negra da região, especialmente para as mulheres negras, celebrando sua cultura, resistência e empoderamento.
Desde a abertura da cerimônia, com a presença das produtoras Jai Karoline e Suellen Ketellen, até as diversas atividades ao longo do dia, como performances artísticas, oficinas e rodas de conversa, o evento foi marcado pela diversidade e pela valorização da identidade afrobrasileira.
Destaque para a participação dos grupos Quilombatuque e Pérolas Negras, da comunidade quilombola Pau D’arco, trazendo a força e a ancestralidade desse povo. Além disso, a presença de figuras como Manuela Lourenço e Lorraine Marie enriqueceu as discussões sobre racismo e igualdade racial.
Durante o festival, uma roda de conversa com duas psicólogas, Patrícia Dantas e Larissa Ofarodé, abordou a importância da saúde mental da mulher preta. Esse diálogo foi fundamental para trazer à tona questões relevantes sobre o bem-estar psicológico das mulheres negras e para promover a conscientização sobre a importância do cuidado com a saúde mental dentro dessa comunidade.
Além disso, foi formada uma grande roda de capoeira e ancestralidade, com os Camaradas da ETCA e a Associação Arte Brasil Capoeira, de Delmiro Gouveia. À noite, o encerramento ficou por conta da Batalha do Bosque, representando a cultura do Hip Hop, e o show de Naty Barros, fechando a primeira edição do evento com chave de ouro.
Neste contexto, é fundamental lembrar a importância do Dia da Mulher Negra, celebrado em 25 de julho. Esta data homenageia figuras históricas como Teresa de Benguela e Dandara dos Palmares, mulheres que lutaram bravamente contra a escravidão e pela liberdade de seu povo.
Rolê das Pretas emergiu da necessidade de criar um movimento social e coletivo em Arapiraca, focado na articulação afrocentrada e na construção de uma rede de apoio para mulheres negras. A busca por conexão e aquilombamento, o sentimento de pertencimento a uma comunidade afrocentrada e letrada racialmente, é realmente inspirador.
É louvável destacar o apoio da Secretaria de Cultura, Lazer e Juventude, Prefeitura de Arapiraca, Ministério da Cultura e Governo Federal, por meio do incentivo da Lei Paulo Gustavo. A parceria com o IFAL Arapiraca, o NUGEDIS (Núcleo de Gênero, Diversidade e Sexualidade – IFAL/Arapiraca) e a E.E. Costa Rêgo demonstra o quanto a união de diferentes instituições pode fortalecer iniciativas tão importantes como essa do I Festival Afrofeminino. É fundamental essa colaboração para promover a cultura, a igualdade racial e o empoderamento das mulheres negras. Eventos como o I Festival Afrofeminino não apenas enriquecem culturalmente Arapiraca, mas também são essenciais para promover a igualdade racial e o respeito à diversidade.
POR REJANE BARROS