A humanidade se recorda de acontecimentos, notícias fotos, escultura, arte em si, através da memória. Mesmo sendo imaterial, quando a usamos, recordando algo, vem a impressão que tudo vive novamente. Ou vive?
A imaterialidade (ou materialidade?) de fatos passados faz-nos relembrar sempre. O que é bom para o ser, sem dúvida, é bom para tudo, inclusive a terra de Arapiraca. Muitas fotos, de pessoas, de fatos, de coisas, aqui e agora, fazem com que voltemos ao tempo dos acontecimentos. É a memória do município por imagens.
A visão de Zé Bandinha
José Pereira (o Zé Bandinha), primeiro a esquerda, foi um jovem visionário. Nos anos 60, inaugurou e funcionou durante algum tempo, o Salão Elite, especializado em corte de cabelos para homens. Situava-se na rua Anibal Lima. Pouco depois, na mesma rua, inaugurou a primeira casa de discos vinil de Arapiraca, a Discolândia. Sua visão de futuro, levou-o a, em 1971, inaugurar a primeira boate de Arapiraca, o Zig Zag Drinks, que funcionou no primeiro andar do prédio do antigo Hotel Estrela. Na foto, estão ainda, os boêmios da época Manoel Barbosa (hoje oftalmologista), Ivanildo Vieira (ex-gerente da Radar), Francisco Pereira Filho (Chicão) e Niraldo Mateus Santana.
Carnaval de 1979 no Clube dos Fumicultores
Nas décadas de 60 e 70, os carnavais de Arapiraca se apresentavam, quase sempre, no Clube dos Fumicultores. Num desses anos, 1979, sociedade arapiraquense se apresentou em bloco. Destaca-se da esquerda para a direita: Laudmir Camelo Pereira (Lalá), desconhecido, Dr. Antônio Gilson Belo, Ronaldo Pereira Melo, Francisco Pereira Filho, Nivaldo Alves, José Marçal Andrade, Flamarion Guerra Motta, Leondeny Cavalcante Souza (Deny), Claudier Aranda Valeriano. As mulheres, da esquerda para direita: Ana (esposa de Lalá), deconhecida, esposa de Gilson Belo, Giselda, Sônia Valeriano, Nelida (ex-noiva de Flamarion), Rejane (esposa de Nivaldo), Maria Luisa (Nena, esposa de Marçal), Bernadete (esposa de Deny).
Companhia Telefônica de Arapiraca (CTA)
Antes da Companhia Telefônica de Arapiraca, os arapiraquenses só se comunicavam com outras localidades através dos Correios e Telégrafos. Homens de Arapiraca, entre eles João Antônio da Silva, Alonso de Abreu, Francisco Pereira Lima, João Lúcio da Silva, Adalberto Pereira Rocha resolveram tirar o município das trevas, constituindo a CTA. Tempos depois, foi incorporada pela TELASA – Telecomunicações de Alagoas. Este prédio situava-se na praça Luís Pereira Lima, ao lado da Prefeitura.
Lamenha Filho e a política de Arapiraca
Numa das inúmeras visitas a Arapiraca, o ex-presidente da Assembléia Legislativa (governador à época), deputado Antônio Simeão Lamenha Filho, junto com os deputados estaduais José Lúcio de Melo e Higino Vital da Silva, faz visita à Câmara de Vereador, reunindo-se com os vereador Pedro Arestides da Silva. Escrivão Pedro Cavalcanti, delegado coronel PM Antônio Monteiro, vereador Antônio Ventura, advogado Raimundo Araújo e o futuro prefeito de Lagoa da Canoa, Aloísio, que foi liderança inconteste daquele município.
Cláudio de Albuquerque Lima
Foi deputado estadual. Era filho do ex-prefeito Luís Pereira Lima e irmão do também deputado Claudenor Albuquerque Lima, eleitos no mesmo pleito. Fez parte da 5ª. legislatura e foi cassado pelo Movimento de 31 de Março de 1964. Casado com a professora Creuza Melo (irmã de Maria de Lourdes Melo, esposa de seu irmão Claudenor), foi de figura importante na política de Arapiraca. Morreu em desastre de carro no sul do Maranhão. É pai do atual presidente do Tribunal de Justiça de Alagoas, desembargador Tutmés Airan de Albuquerque.
Futebol Amador (GNSBC)
Zezito Guedes (historiador, escultor, folclorista e protético), José de Oliveira Leite (nome de rua, que morreu tragicamente afogado na praia da Avenida, em Maceió), Neusvaldo Leão (médico e ex-deputado estadual), Dáu e José Félix.
Terezinha de Souza Leite (1933/1998)
Foi uma educadora por excelência. Do ensino de música ao canto orfeônico (que lecionava no Colégio Bom Conselho, nos idos de 50/60), participou da feitura do livro Alagoas, editado pelo Ministério da Educação, através da Fundação Nacional do Material Escolar. Com licenciatura em Pedagogia (Psicologia e Sociologia na Educação) pela UFAL, em 1975, foi, também, professora concursada do Estado. Era filha de Firmino Leite, ex-prefeito de Arapiraca e irmã dos religiosos Darcy Leite e José Leite.
Justiça do bem: Pedro Cavalcanti Neto (1920/2002)
Serventuário da Justiça desde 1934, foi um dos fundadores do Cartório do 2º Oficio de Arapiraca, assumindo o tabelionato até sua morte. Desportista e sócio do ASA, foi um dos fundadores do centro espírita kardecista Companheiros de Emanuel, onde fazia pregações e realizava atividades humanitárias. Era filho de José Cavalcante de Albuquerque e Maria Umbelina Albuquerque. Arapiraca muito lhe deve.
Um momento de lazer
O senador João Lúcio, seu sobrinho José Alexandre Santos (industrial) e o genro Aparecido, num momento de prazer e descontração. Dos três, o senador é uma lembrança.
Arapiraca, minha paixão: Zé do Rojão (José Cícero dos Santos – (1938/)
Além de radialista, foi forrozeiro, cantor, repentista, compositor e vereador por Coité do Noia. Mas, foi na rádio Novo Nordeste onde começou a atuar desde 1976. Pela antiga gravadora Rozenblit (de Recife, Pe), gravou, em 1971 um forró que denominou de “Rojão”; daí, recebeu a alcunha de Zé do Rojão, dada pelo maestro Jovelino Lima, seu grande incentivador. Seu primeiro LP, chamado de Boca de Forno I, foi gravado em 1979 e, em 1980, gravou Boca de Forno II. Seu último LP foi intitulado Poesias Matutas.
Natural de Taquarana, veio ainda menino (tinha seis anos) e foi morar no distrito de Lagoa do Rancho. Para a sede de Arapiraca, foi um salto. Zé do Rojão, além de conquistar Arapiraca (tinha programa na Rádio Novo Nordeste, , atuou nas rádios Liberdade de Aracaju e Tv Aperipê (Sergipe), Emissora Rural de Petrolina (Pernambuco), Rádio Sampaio de Palmeira dos índios (Alagoas). Um grande artista.
Rua Estudante José de Oliveira Leite
Uma visão da rua que leva o nome do estudante do Ginásio Nossa Senhora do Bom Conselho que, num momento de lazer, morreu afogado na praia da Avenida (Praia Sete de Setembro), em Maceió. Arapiraca homenageou o jovem. Do lado esquerdo, o Instituto São Luiz, berço do milhares de estudantes, dirigido por Pedro Reys e Manoel de Oliveira Barbosa.
A paixão vence a vida: Antônio Barbosa da Silva (1922/1979)
A paixão pelo ASA levou-o à morte. Filho de Curralinho (povoado do município de São Sebastião), logo cedo, mas já casado, veio morar em Arapiraca. Afora o trabalho diuturno para sustento da família, “seu” Antônio não deixava de assistir os jogos de seu clube predileto, o ASA. Numa tarde ensolarada de domingo, 19 de setembro de 1979, quando o ASA jogava com o CRB, o coração apaixonado não resistiu – Antônio simplesmente perdeu a vida de torcedor.
Asa e seus escudos
A Agremiação Sportiva Arapiraquense (que já foi Associação Sportiva de Arapiraca) apresenta, quase sempre, escudos que norteiam sua vida no esporte brasileiro. O primeiro escudo do ASA foi apresentado em 1953.
O primeiro escudo, datado de 1953.
Em 1972, a primeira mudança
Em 1977, com a mudança do nome de associação para agremiação, o artista plástico Ismael Pereira ofereceu ao ASA este escudo
Em 1980, mudou-se o escudo, acrescentando o nome Arapiraca, o que inspirou Chico Buarque de Holanda e Francis Hime a homenagear o Asa em sua música
Em 2000, voltou o escudo de Ismael Pereira, acrescentando o nome do ASA dentro do símbolo
Fonte: Eli Mário Magalhães e Manoel Lira
Edição: Roberto Baía e Carlo Bandeira