
Com o início do inverno, nesta terça-feira (21), a previsão é de mais chuvas e frio em Alagoas, segundo o meteorologista Luiz Carlos Molion. “Deve chover acima da média durante os meses de julho e agosto, com uma massa polar bem fria no final de julho, entre os dias 25 e 31. Nós temos dois fenômenos atuando: frentes frias, que saem do Sul do Brasil, e tempestades, que saem da África, em direção ao Nordeste”, afirmou.
O meteorologista explicou que houve uma mudança na circulação global da atmosfera desde 2006 e que a tendência, para os próximos 15 anos, é de invernos mais rigorosos. “As chuvas desde o final do ano passado foram acima da média. Tivemos ano passado um inverno semelhante a esse e esperamos chuvas até 20% acima da média”, contou.
Ainda de acordo com o meteorologista, é importante ter cuidado com as tempestades que se formam. Embora não se desenvolvam a ponto de provocar raios e trovoadas, podem gerar muita chuva. Segundo Carlos Molion, por um lado é bom que os açudes estão todos cheios, mas, por outro lado, uma parte da população sofre com destruição.
“A preocupação é com as famílias que moram em áreas de risco. Fizemos um levantamento, há alguns anos, e tínhamos mais de 7 mil famílias em áreas de risco, como encostas, e esse risco aumenta com as chuvas”, afirmou.
Maceió planeja enfrentamento desde outubro
A Defesa Civil de Maceió informou que desde outubro de 2021 iniciou o planejamento para o enfrentamento das chuvas, com o Programa Previne Maceió. Segundo o órgão, são várias secretarias envolvidas, realizando serviços como aplicação de lonas nas encostas e limpeza de galerias pluviais.
De acordo com a Defesa Civil, os trabalhos de contenção de barreira são executados pela Secretaria Municipal de Infraestrutura. O órgão aplica, de forma não definitiva, lonas nas encostas para diminuir o risco de deslizamento durante o período chuvoso.
Ainda segundo a Defesa Civil, com o plano em funcionamento desde janeiro de 2022, as fortes chuvas não provocaram grandes consequências. Desde o dia 24 de maio, quando iniciou o período mais intenso de chuva, não foi registrado nenhum óbito e Maceió contabiliza 33 famílias desabrigadas.
A cidade conta com 10 pluviômetros ativos espalhados por diversos bairros que registram a quantidade de chuva que cai em tempo real. Eles não notificam diretamente a população, mas são monitorados pelos técnicos da Defesa Civil do Centro Integrado de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil (Cimadec), 24h por dia. Por meio desse registro dos pluviômetros, os técnicos emitem os alertas para a população.
A população pode se cadastrar e receber as mensagens enviando o CEP da localização por SMS, para o número 40199, de forma gratuita. Nos casos de risco de desabamento ou deslizamento, as famílias devem acionar a Defesa Civil através do número 199 e 156 para receberem os atendimentos necessários.
Procura por guarda-chuvas e sombrinhas sobe na capital
Com a chegada do inverno, os guarda-chuvas e sombrinhas passam a fazer parte da rotina da população alagoana. E os vendedores ambulantes aproveitam a época para faturar mais com a venda desses itens indispensáveis durante a época de chuva. É o que acontece no Centro de Maceió.
O vendedor Erinaldo José contou que vende sombrinhas e guarda-chuvas durante todo o ano, mas que a procura sempre aumenta quando começa o inverno.
“Desde o começo de junho, que tem chovido bastante. Com isso, as vendas aumentaram e esperamos lucrar até agosto. Esse período de chuva vende bastante”, afirmou.
Os produtos variam entre R$ 25 e R$ 35. Segundo Erinaldo José, houve um reajuste de preço comparado com o ano passado, mas as vendas continuam em alta.
“Antes, a gente vendia as sombrinhas de R$ 25 por R$ 20 e os guarda-chuvas, que hoje custam R$ 35, eram R$ 25. Mas, mesmo com o reajuste, os clientes estão comprando porque têm que se proteger da chuva”, disse.
Carolayne da Conceição é ambulante há 17 anos, mas só vende guarda-chuva durante o inverno. “Esse é o período que os clientes mais procuram. Então eu aproveito para lucrar um pouco mais com esses produtos que vendem bastante nessa época. Muita gente está na rua, começa a chover e não está com sombrinha, aí acaba comprando”, contou.
A dona de casa Neide Lima disse que não sai sem o guarda-chuva nessa época do ano. “Desde o início do mês que eu não saio de casa sem o meu guarda-chuva, para não acontecer de começar a chover e tomar um banho ou ter que comprar uma sombrinha, mas todo ano já é certo comprar um guarda-chuva novo, porque a gente nunca lembra onde guardou no ano anterior”, afirmou.
Fonte: Tribuna Hoje