Justiça adia estudos sobre impactos da mineração em Craíbas e moradores enfrentam incertezas

Um conflito na Justiça Federal de Alagoas tem retardado a realização de estudos técnicos sobre os impactos da atividade de extração de cobre pela Mineração Vale Verde, situada no município de Craíbas. De acordo com a Defesa Civil, mais de 400 residências na área próxima à mina apresentam fissuras nas paredes, e algumas estão em risco de desmoronamento.

A Defensoria Pública da União entrou, em junho de 2023, com uma ação civil pública que resultou na exigência de instalação de sensores para medir a intensidade dos abalos e identificar suas causas. O objetivo é investigar os efeitos da mineração na qualidade de vida dos moradores e nas condições de suas residências.

Apesar de apoiar a realização dos estudos para identificar as causas das rachaduras, a mineradora contestou a decisão judicial que determina a instalação dos sensores, justificando que o custo do projeto proposto pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) é alto.

A empresa informou que uma audiência de conciliação está marcada para 5 de novembro, e aguarda uma solução para o caso. Enquanto isso, os moradores que ainda não venderam suas propriedades esperam que seja esclarecida a responsabilidade pelas rachaduras.

As primeiras rachaduras começaram a aparecer em 2021, logo após o início das operações de extração de cobre na Mina Serrote, que é uma mina a céu aberto com vida útil prevista de 14 anos. A mineração afetou significativamente a agricultura, que é a principal fonte de sustento dos moradores da região.

Além dessas rachaduras, órgãos federais relatam que a poeira gerada pela mineração tem provocado problemas respiratórios na população. As famílias enfrentam incertezas sobre a permanência em suas casas e lidam com prejuízos econômicos, como a morte de animais e a queda na produção agrícola.

A mina tem capacidade de produzir mais de 4 milhões de toneladas de cobre por mês. O gerente geral da Mineração Vale Verde, Breno Delfino Martins, nega que as explosões sejam responsáveis pelas rachaduras. “Temos, de fato, controles, medições e auditorias internas e externas que demonstram que não há correlação. Nada indica que nosso processo de desmonte controlado de rochas possa causar rachaduras, e estamos 100% dentro dos limites estabelecidos por lei, muito distante desses limites”, declarou.

Por Redação, com Sete Segundos