
POR REDAÇÃO
O Poder Judiciário de Alagoas prorrogou por mais 90 dias o afastamento cautelar do delegado da Polícia Civil investigado por improbidade administrativa no caso do assassinato do ativista político Kleber Malaquias. A decisão seguiu um requerimento protocolado pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), que alegou a necessidade de evitar interferências no processo que apura o homicídio do ativista, conhecido por denunciar irregularidades cometidas por autoridades estaduais. O afastamento inicial ocorreu após indícios de que o delegado teria tentado influenciar a investigação, incluindo a proteção de suspeitos, entre eles, policiais militares.
Embora tenha sido proibido de exercer suas funções, o delegado foi recentemente lotado na Diretoria de Administração Geral da Polícia Civil, o que gerou novas preocupações quanto à possibilidade de comprometer a instrução processual. O MPAL argumentou que sua permanência em um cargo público poderia causar novas interferências, especialmente com réus ainda a serem julgados. O juiz responsável pelo caso acolheu o pedido do Ministério Público, destacando a gravidade do caso e o risco à investigação caso o delegado permanecesse em suas funções. O afastamento será mantido por mais 90 dias, sem prejuízo da remuneração, e o delegado está proibido de exercer qualquer função na Polícia Civil de Alagoas durante esse período.
A decisão já foi comunicada aos órgãos competentes, como a Delegacia-Geral e a Corregedoria-Geral da Polícia Civil, que devem cumprir a determinação em até cinco dias. A prorrogação do afastamento segue o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que estabelece um prazo razoável de 180 dias para o afastamento de agentes públicos envolvidos em processos semelhantes.