Maceió já tem transmissão comunitária da variante Delta

↑ Variante Delta do novo coronavírus já está circulando entre os habitantes do Estado de Alagoaas; caso de idoso confirmado ocorreu em junho (Foto: Edilson Omena)

transmissão da variante Delta já se dá de forma comunitária — ou seja, entre os próprios habitantes — em Maceió. A informação foi confirmada pela Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) por meio da assessoria de comunicação, na tarde desta terça-feira (10). Um idoso de 63 anos, que não tomou a vacina contra a Covid-19, foi contaminado em território alagoano.

O secretário Estadual de Saúde, Alexandre Ayres, afirmou que o segundo caso, registrado em Palmeira dos Índios, também segue em investigação.

“Os dois alagoanos infectados com a variante Delta do novo coronavírus ficaram em isolamento domiciliar, mas já estão liberados. Segundo informações coletadas pelas Vigilâncias Epidemiológicas Municipais, o caso de Palmeira dos Índios tem histórico de viagem a São Paulo, mas reside na cidade alagoana. Já o caso de Maceió não tem histórico de viagem e nem contato com pessoas vindas de áreas de circulação da variante delta”, disse a Sesau.

A Secretaria informou ainda que os dois alagoanos infectados pela nova cepa do coronavírus, bem como seus familiares, estão sendo monitorados pela equipe de Vigilância Epidemiológica de Maceió e de Palmeira dos Índios, onde residem.

“No caso do idoso, o contágio se deu por transmissão local, porque não se sabe de quando, como e de quem ele contraiu o vírus”, alertou.

O diagnóstico é realizado por meio de análise da Rede Laboratorial Referenciada pelo Ministério da Saúde (MS), depois que as amostras são previamente analisadas pelo Laboratório Central de Alagoas (Lacen/AL) e preenchem os pré-requisitos exigidos pelo Ministério da Saúde (MS).

O secretário Alexandre Ayres, titular da Sesau, fez um apelo para a população alagoana enfatizando que as vacinas são capazes de proteger contra essas variantes. “Quem já tomou a primeira dose deve buscar a segunda dose, conversar com seu vizinho ou parente que não tomou porque está acreditando em fake news ou desinformação. Só há um tratamento com eficácia comprovada: a vacina”.

A Secretaria de Saúde de Maceió (SMS) informou que o idoso foi atendido em uma unidade de saúde do município em junho deste ano, apresentando quadro de gripe, febre e vômitos. E que depois de atendido, foi medicado e orientado a cumprir isolamento domiciliar.

“O paciente não necessitou de internação e encontra-se recuperado. O paciente não teve histórico de viagem ou contato direto com algum viajante”, frisou a SMS.

PROTEÇÃO DAS VACINAS

AstraZeneca – Estudo publicado no New England Journal of Medicine, aponta que a vacina é 33% eficaz contra a variante Delta com uma dose e 60% eficaz após duas doses e quinze dias de espera.

Pfizer – Pesquisa mostrou que o imunizante da Pfizer é 33% eficaz com uma dose e 88% eficaz quinze dias depois da segunda dose.

CoronaVac – Em julho deste ano o Instituto Butantan divulgou que resultados preliminares, baseados em amostras de sangue dos vacinados, mostraram uma redução de três vezes no efeito neutralizante contra a Delta.

Janssen – A Johnson & Johnson anunciou, no início de julho, que sua vacina de dose única é eficaz contra a variante Delta.

Pessoas que ainda não foram vacinadas têm risco real e maior 

Após o registro de dois casos da variante Delta em Alagoas, ficou ainda mais evidente a necessidade de todos se imunizarem contra a Covid-19. De acordo com a infectologista Luciana Pacheco, há estudos que mostram que a variante Delta pode ser 40% mais transmissível que a Alfa, por exemplo. “Então o risco é real e maior nas pessoas que não foram vacinadas. Os óbitos também têm ocorrido mais em não vacinados”, destacou.

A infectologista Luciana Pacheco lembrou que tanto a vacina da Pfizer quanto a da AstraZeneca têm eficácia de cerca de 94% em evitar hospitalizações causadas pela variante Delta e, embora os estudos com a CoronaVac ainda não estejam concluídos em relação a esta variante, os óbitos em idosos reduziram muito e esta vacina foi a mais utilizada em idosos.

“Sabemos que as vacinas não garantem 100% de proteção, mas são as armas para o controle da pandemia de maneira coletiva. Além disso, individualmente, sabemos que podem reduzir formas graves e óbitos causados pela doença”, ressaltou a médica.

Sobre a possibilidade de que os recentes casos de pessoas idosas com o quadro agravado – como os atores Tarcísio Meira e Glória Menezes, e, aqui em Alagoas, o médico Marcos Braga, que foi a óbito – estão sendo provocados pela Delta, a infectologista foi enfática ao pontuar que a imunidade na idade é menor, também chamada de imunossenescência, ou seja, o envelhecimento da imunidade, que pode causar uma resposta menor à efetividade das vacinas.

“Recomendo, portanto, que todos se vacinem e mantenham as medidas de prevenção até que a pandemia esteja controlada. Pelo que eu soube o Marcos Braga não tomou vacina”, ressaltou Luciana Pacheco.

NOTA

A Secretaria de Saúde de Maceió (SMS) reforça a importância da vacinação de toda a população já convocada e da continuidade de adoção das medidas preventivas por parte de todos como higienização das mãos, uso de álcool em gel, uso de máscaras, distanciamento social, realização de isolamento domiciliar dos casos suspeitos e confirmados. Sobre o diagnóstico, a SMS informa que o material para o exame foi coletado pelo Laboratório de Análises Clínicas de Maceió (Laclim) e enviado ao Laboratório Central do Estado (Lacen), que encaminha a algum laboratório de referência para genotipagem.

Fonte: Tribuna Independente / Ana Paula Omena