Mais de 80 por cento de moradores das capitas brasileiras, incluindo Maceió, nunca viram uma nota de 200 reais

Uma pesquisa divulgada recentemente pelas federações de comércio de vários estados brasileiros, em base a números e estatísticas que valem para todas as capitais, inclusive Maceió, revela dois dados interessantes sobre a nota de 200 reais. Mais de 80 por cento das pessoas nunca viram ou nunca tiveram contato com essa nota que criou tanta polêmica quanto foi lançada. Além disso quase ninguém soube responder qual animal brasileiro foi estampado na nota.

A nota de R$ 200 foi lançada no dia 2 de setembro de 2020 pelo Banco Central. Na data, pouco mais de 603 mil unidades da cédula entraram em circulação na economia brasileira, segundo dados do BC. À época, a novidade gerou grande repercussão, principalmente com relação à escolha do lobo-guará para estampar a cédula. Porém, é comum ouvir nas ruas e nas redes sociais que poucas pessoas tiveram contato com a nova nota.

A nota de R$ 200, foi a primeira cédula de um novo valor da família do real em 18 anos. A última, a de R$ 20, tinha sido lançada em 2002. Um ano antes, em 2001, surgiu a nota de R$ 2. Nesse intervalo, houve a “aposentadoria” da nota de R$ 1, em 2005.

Em comum, os lançamentos de cédulas têm um mesmo objetivo: diminuir as transações com dinheiro vivo, economizando com impressão de papel-moeda.

E a nota de R$ 200, que vai completar 3 anos de lançamento, foi criada com o argumento de que havia risco de faltar dinheiro para os brasileiros, mas a realidade é que a maior parte dos entrevistados disse nunca ter visto essa nota. Mesmo quem afirmou o contrário pensa que a circulação dela está abaixo da expectativa criada na época de lançamento.

E se boa parte dos maceioenses nunca viram a nota, imagine e vão saber qual animal que estampa a nota. O animal escolhido para a nova nota, o lobo-guará, foi o terceiro colocado em uma pesquisa feita pelo Banco Central em 2000. O BC perguntou à população quais espécimes da fauna gostariam de ver representados no dinheiro brasileiro. O primeiro lugar foi a tartaruga marinha, usada na cédula de R$ 2. O segundo, o mico leão dourado, incorporado na cédula de R$ 20.

Em 2022, o Banco Central gastou R$ 113,8 milhões para a emissão de 450 milhões de unidades da nota de R$ 200. No entanto, somente cerca de 24% dessas cédulas entraram em circulação no mercado, ou seja, 108 milhões. Atualmente, a nota de R$ 200 representa a maior unidade monetária do real brasileiro.

Além das polêmicas enfrentadas do quase total desconhecimento por parte dos brasileiros que nunca viram a nota, existe uma ação civil pública apresentada pela DPU contra o Banco Central do Brasil que pede, desde o ano passado, que a nota de R$ 200 seja retirada de circulação.

Jornal de Arapiraca/ Claudio Bulgarelli