A partir desta edição de número 140, passaremos a oferecer aos nossos leitores, em primeira mão, capítulos do Projeto “Memória Viva de Arapiraca”.
Com produção e pesquisa de Eli Mário Magalhães e Manoel Ferreira Lira, o Jornal de Arapiraca exibirá todos os capítulos deste trabalho que contará a história viva dos atores que produziram e dos que ainda produzem o desenvolvimento da Capital do Agreste, Arapiraca.
Este trabalho acerca da memória de Arapiraca visa oferecer conhecimento do nascimento, crescimento e desenvolvimento desta terra, antes um planalto e hoje a segunda economia do Estado, que completará, em breve, cem anos de emancipação política (2024).
Seus filhos, naturais e adotivos, continuam elevando a terra conhecida como de Manoel André, fundador e primeiro a acreditar em sua pujança. Foram compilados trabalhos e pesquisas de historiadores e estudiosos do município, como Valdemar Oliveira de Macedo e Zezito Guedes, entre outros, conhecedores profundos do povo e das terras desta parte de Alagoas.
O início
Tudo começou nos idos de 1848. Manoel André Correia dos Santos, casado com Maria Isabel da Silva Valente, filha de Amaro da Silva Valente de Macedo, após receber como dote de matrimônio terras adquiridas por seu sogro (fazendeiro de Cacimbinhas/AL) na região de Limoeiro de Anadia (adquiridas do coronel Cangandú), construiu, à sombra da árvore de Arapiraca, uma cabana de madeira coberta com cascas de angico, onde passou os primeiros dias.
Com a construção desta cabana e a chegada de parentes – concunhados (José Veríssimo dos Santos, que chegou em 1858 e se instalou no lugar conhecido como Cacimbas), cunhado (Manoel Cupertino de Albuquerque, em 1859, casado com sua irmã, e que se instalou na localidade conhecida como Baixão), Arapiraca foi se expandindo. Em 1860, chega às terras Terezinha Nunes Magalhães (viúva de José Nunes Pereira de Magalhães e que vinha da região de Campos de Anadia). Vem com os filhos Domingos Nunes Barbosa, Estevão Nunes Barbosa e Manoel Nunes Barbosa (o primeiro instalou-se na região de Canafístula).
A partir de 1861, chegaram José Ferreira de Macedo, Manoel Ferreira de Macedo (cunhados de Manoel André) e o sobrinho Pedro Cavalcante de Albuquerque, filho de Joana da Silva Valente e Manoel Cavalcante de Albuquerque; os primeiros se instalaram na Serra dos Ferreira e Pedro Cavalcante nos Caititus. Em seguida, chegaram os irmãos de Manoel André: Manoel Eugênio, André Correia e José Sotero, que se estabeleceram no Sítio Mangabeira.
Segundo os historiadores, principalmente Zezito Guedes, em pouco tempo formou-se um próspero sítio e, em 1865, quando Manoel André construiu uma capela, já havia um arruado de casas de taipa de duas águas, formando um quadro.
“Estes foram os primeiros povoadores, cujas famílias cresceram e multiplicaram-se, entrelaçando-se (não havia gente de fora) e formando esta imensa árvore genealógica através do tempo.
“Assim, alguns remanescentes de Manoel André como os filhos de Maria Rosa Correia dos Santos e Lúcio Roberto da Silva, passaram a usar o sobrenome Lúcio; os filhos de José Veríssimo dos Santos foram assim registrados: Manoel Antônio Pereira de Magalhães, Antônio Leite da Silva, Esperidião Rodrigues da Silva, José Nunes de Magalhães, Joana Umbelina de Magalhães, entre outros.
“O tronco de Manoel André tem, pois, os seguintes ramos: Correia, Lúcio, Inácio, Vicente, Fausto, Umbelina, Belarmino, Amorim, Oliveira e outros. Segundo conta a tradição, o sobrenome Lima surgiu com a presença de Felipe José Santiago, que teria vindo de Água de Menino, Junqueiro-AL.
“Já o tronco de José Veríssimo dos Santos possui os ramos: Magalhães, Rodrigues, Leite, Barbosa, Nunes, Pereira, Ventura, Honório, Oliveira e outros. Os descendentes de João de Deus (casado com uma tia de Manoel André) se mesclaram com as famílias já referidas e tomaram os mais variados sobrenomes. Quanto aos irmãos José Ferreira de Macedo, Manoel Ferreira de Macedo, Maurício Pereira de Albuquerque e Joana Leopoldina da Silva Valente (casada com Manoel Cavalcante de Albuquerque) seus descendentes têm os sobrenomes: Macedo, Albuquerque, Nunes, Ferreira, Alexandre, Cavalcante, Oliveira, Gama, Pereira e outros.
“Conclusão, eram irmãos: José Ferreira de Macedo, Mauricio Pereira de Albuquerque, Manoel Ferreira de Albuquerque e as esposas de Manoel André, José Veríssimo Pereira, Joaquim Pereira e Manoel Cavalcante de Albuquerque que eram filhas do Capitão Amaro da Silva Valente” (Arapiraca Através dos Tempos, Zezito Guedes, p. 19, 20, 21, edição de 1999).
Genealogia de Manoel
André Correia dos Santos (1815/1890)
(fundador de Arapiraca)
Pais de Manoel André Correia dos Santos:
Pai: Gabriel Cortês Correia dos Santos (português)
Mãe: não conhecida
Matrimônios de Manoel André
1º. Casamento (1845): esposa – Maria Isabel da Silva Valente (1815/ 1855)
Filhos:
1. Vicente Correia da Silva, casado com Maria Madalena da Silva;
2. José Inácio Correia da Silva, casado com Teresa de Jesus Ferreira de Macedo;
3. Florêncio Apolinário, casado com Belmira Maria dos Santos;
4. Maria Rosa dos Santos, casada com Lucio Roberto;
5.Fausto Correia, casado com Antônia Rosa de Oliveira;
2º. Casamento: esposa – Rosa Martins da Silva
Filhos:
6. Belarmino Correia, casado com Emília Evaristo Correia;
7. Josefa Maria, casada com José Nunes de Magalhães.
8.Umbelina Rosa da Silva, casada com Azarias Pereira da Silva.
3º. Casamento: esposa – Luísa Maria da Paixão. (Não tiveram filhos)
Netos de Manoel André Correia dos Santos
1.1 Filhos de Vicente Correia da Silva e Maria Madalena da Silva:
a) André Avelino Correia, casado com Josefa Magalhães;
b) Francisco Vicente Correia, casado com Josefa Lúcia;
c) José Vicente Correia, casado (1o.) com Maria Filipe dos Anjos e (2o.) com Joana Pereira;
d) Manoel Firmino Correia, casado com Ana Magalhães;
e) João Vicente Correia, casado com Antônia Barbosa de Melo.
1.2 Filhos de José Inácio Correia da Silva e Teresa de Jesus Ferreira de Macedo:
a) Josefa Correia (1872), casada com Francisco de Paula Magalhães;
b) Manoel Inácio Correia, casado com Joana Leite da Silva;
c) Clarindo Correia dos Santos (1878), casado com Josefa Jovelina Sampaio;
d) Joana Correia da Silva, casada com Tibúrcio Valeriano da Silva.
1.3 Filhos de Florêncio Apolinário e Belmira Maria dos Santos:
a) Maria Rosa Magalhães, casada com o coronel João Pereira Magalhães;
b) Antônio Apolinário Correia da Silva, casado com Antônia Umbelina da Silva.
1.2 Filhos de José Inácio Correia da Silva e Teresa de Jesus Ferreira de Macedo:
a) Josefa Correia (1872), casada com Francisco de Paula Magalhães;
b) Manoel Inácio Correia, casado com Joana Leite da Silva;
c) Clarindo Correia dos Santos (1878), casado com Josefa Jovelina Sampaio;
d) Joana Correia da Silva, casada com Tibúrcio Valeriano da Silva.
1.4 Filhos de Maria Rosa dos Santos e Lúcio Roberto da Silva:
a) Manoel Lúcio Correia (1876), casado com Belmira Cavalcante;
b) Domingos Lúcio da Silva (1887), casado com Cecília Umbelina da Silva;
c) Maria Rosa, casada com Rosendo Nunes Barbosa;
d) Tibúrcio Valeriano da Silva; 1º casamento com Joana Correia e o
2º casamento, com Josefa Umbelina da Silva;
e) Josefa Lúcio, casada com Francisco Vicente;
f) Antônio Lúcio, casado com Maria Magalhães;
g) José Lúcio da Silva, casado com Júlia Pereira França.
2.5 Filhos de Fausto Correia e Antônia Rosa de Oliveira:
a) Maria Fausto, casada com Manoel Pereira Bilau;
b) Cecília Fausto, casada com João Barbosa;
c) Rosa Fausto, casada com, Pedro Nemésio.
2.6 Belarmino Correia e Emília Evaristo Correia:
a) José Belarmino Correia, casado com Germana Augusta Ferreira Macedo (Maninha);
b) Artur Belarmino Correia, casado com Antônia Barbosa;
c) Maria Belarmino, casada com, Antônio Evangelista;
d) Olinda Belarmino, casada com João Barbosa.
2.7 Filhos de Josefa Maria e José Nunes de Magalhães:
a) Antônia Nunes de Magalhães, casada com Marcelino Diógenes de
Magalhães;
b) José Rodrigues de Melo, solteiro;
c) Juvêncio Rodrigues de Melo;
d) Rosa Rodrigues de Melo, solteira.
2.8 Filhos de Umbelina Rosa da Silva (Azarias Pereira da Silva):
Aposição do busto de Manoel André
A Câmara Júnior de Arapiraca, entidade filantrópica, ofereceu ao município o busto de Manoel André (esculpido do mestre Zuza, de Pão de Açúcar), que estava aposto na praça que recebe o nome do fundador de Arapiraca (em frente à igreja Nossa Senhora do Bom Conselho, fundada por ele).
Da esquerda para a direita:
1) José Oliveira; 2) Ednaldo Lima; 3) desconhecido; 4) Tarcisio Nunes; 5) Oliveiros Nunes; 6) Jurandir Bispo; 7) Nilson Ernesto Bezerra); 8) Severino Pedro da Silva; 9) Dimas Teógenes Fernandes dos Santos; 10) Ismael Pereira; 11) Dimas Souza e (12) esposa; 13) Manoel Batista dos Santos e (14) esposa; 15) Etevaldo Dantas e (16) esposa; 17) João Mendes e 18 (esposa). O busto foi retirado pelo município e nunca devolvido a seu lugar.
Primeira Igreja
A Igreja Nossa Senhora do Bom Conselho foi construída em 1867, por Manoel André Correia, onde foram sepultados todos os habitantes do lugar, até 1905, inclusive Maria Isabel da Silva Valente (1855) que foi sua primeira esposa. Alí também foi sepultada, em 1873, a sogra, Dona Isabel da Rocha Pires (esposa de Amaro da Silva Valente). Os primeiros casamentos ocorridos nesta igreja entre os anos de 1868 e 1880 foram de Florêncio Apolinário, José Inácio Correia, Vicente Correia da Silva, Manoel Antônio Pereira de Magalhães, Esperidião Rodrigues da Silva, Pedro Cavalcante de Albuquerque, Antônio Leite da Silva, Lúcio Roberto, José Pereira dos Santos, Antônio Lima de Oliveira, Manoel Jacinto, Antônio Romualdo, José Ferreira de Macedo, Fabião Augusto de Macedo, João Ferreira de Macedo, Manoel Plácido da Silva, Luiz Pereira da Silva, Antônio Nunes Barbosa, Pedro Vieira de Melo, Maurício Pereira de Albuquerque. O padre celebrante era o da paróquia de Limoeiro de Anadia, padre Pedro Vital da Silva. Hoje, a igreja tem nova denominação: Igreja do Santíssimo Sacramento.
Fonte: Eli Mário Magalhães e Manoel Lira
Produção Editorial: Roberto Baía e Carlo Bandeira