Matriarca da família Nezinho: amor e dedicação para ajudar famílias do interior

Foto: Arquivo


Paula Francinete Cartaxo Melo (Dona Paula), ao lado do marido, deputado Nezinho, quando foi empossado como deputado estadual, representando Arapiraca (foto reprodução do livro Ramos de Uma Grande Árvore).

Maria Jucicleide Cartaxo Melo (que, depois, foi registrada como Paula Francinete Cartaxo Melo*) foi mais uma migrante absorvida por Arapiraca. Cearense de Mauriti, de família tradicional (os Cartaxo), aqui chegou em julho de 1952, primeiro “a passeio” (visitar sua irmã Maria Cartaxo Melo), em Major Isidoro, e depois, conhecer Arapiraca onde moravam seus parentes na antiga rua da Aurora, hoje rua Domingos Vital da Silva.

Alegre, brincalhona, risonha, fez logo amizades: uma delas, um rapaz conhecido como Nezinho, que às noites gostava de andar de bicicleta ao redor da praça da igreja de São José. De conversa em conversa, no início uma amizade, depois olhares, e o pedido de Manoel Pereira Filho ao casal Elias Sampaio e Ailza Cartaxo (ela, tia) para namorá-la.  

E assim Arapiraca recebeu mais uma migrante. 

Casada, morando ao lado dos pais de Nezinho, teve nove filhos: de José Ronaldo Pereira Melo (1955), José Rodolfo Pereira Melo (1956), Rosângela Pereira Melo (1959), Renê Pereira Melo (1962), Rutineide Pereira Melo (1964), Raulene Pereira Melo (1965), Ricardo Pereira Melo (1967), Rita Pereira Melo (1968) até Rogério Pereira Melo (1970).

Durante toda sua vida, até 2011, Dona Paula, como era conhecida, acompanhou seu grande amor – de plantador de fumo a político, quando iniciou sua vida partidária em 1976 como vereador de Arapiraca, sucedendo Domingos Vital da Silva. Dela, disse sua prima Eliziê Cartaxo: “Paula foi uma pessoa que não só durante as campanhas atendia com dedicação, desprendimento e educação, todas as pessoas que chegavam a sua casa, independente de qualquer classe social. Ninguém saía sem uma resposta para seus problemas”.

     Junto ao seu marido Nezinho, que foi primeiro vereador até o ano de 1980, e depois deputado estadual, a partir de 1982, reeleito em 1986, Dona Paula sempre participava, como muitos diziam, “uma formiguinha”: atendia com seu carisma o eleitor, o conhecido e o desconhecido, sem distinção. O lema era fazer o bem. Viveram por 52 anos, casados, felizes.

A migrante Paula Francinete Cartaxo Melo (também nasceu Paula Jucicleide Cartaxo Melo) e o arapiraquense Manoel Pereira Filho (o Nezinho) são a demonstração do desenvolvimento de Arapiraca

(*) Com três anos de idade, a menina Maria Jucicleide ainda não caminhava. Pouco engatinhava. Seus pais, Milton Ferreira Melo e Josefa Cartaxo Melo, não demonstravam preocupação, mas sofriam com o atraso da filha em dar os primeiros passos.

Um dia, uma parenta de nome Nenê foi ao casal e pediu que se socorresse de Santa Paula Francinete, que realiza inúmeros milagres em Portugal. O casal assentiu e se socorreu da santa: pouco tempo, muito pouco tempo depois, Maria Jucicleide começou a andar.

E assim foi. Mesmo batizada e registrada como Maria Jusicleide, o casal Milton e Josefa passaram a chamar a criança como Paula Francinete. O milagre ocorreu, diziam eles. E cumpriram a promessa. 

Dona Paula, aqui com amigas.

Em momentos no lar, com amigas.

Foto preta e branca de uma mulher

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A jovem Paula Francinete.

Com o marido Nezinho e membros da família Cartaxo.

Visita a sua terra nata, Mauriti, Ceará.

Planta com flores vermelhas

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A matriarca Dona Paula cercada de rosas, uma de suas paixões.

MANOEL LIRA, ELI MÁRIO E ROBERTO BAÍA
Fonte: Jornal de Arapiraca