GINÁSIO NOSSA SENHORA DO BOM CONSELHO – O INÍCIO
Tudo começou com a união de arapiraquenses: o deputado, Claudenor de Albuquerque Lima, seu pai, Luís Pereira de Lima, o padre Epitácio Rodrigues, o juiz Coaracy da Mata Fonseca, Sr. Manoel Brasil Leão da Costa, o Dr. Nelson Rodrigues (depois, juiz de direito), a professora Maria de Lourdes Queiroz, participantes de um movimento com o objetivo de trazer para Arapiraca uma escola cenecista. O intento foi conseguido em 20 de Janeiro de 1950, com a fundação do Ginásio Nossa Senhora do Bom Conselho, atual Colégio Cenecista Nossa Senhora do Bom Conselho.
Seu primeiro diretor foi Coaracy da Mata Fonseca e a primeira turma, sob sua direção, funcionou em uma sala do Grupo Escolar Adriano Jorge, tendo como secretária a Profa. Maria de Lourdes Queiroz. A mencionada escola contava com um funcionário para serviços gerais, nove professores e 50 alunos.
Com a eleição e posse do prefeito Coaracy da Mata Fonseca, este afasta-se da direção da escola, assumindo interinamente o Dr. Nelson Rodrigues Correia, respondendo pela administração e o Dr. Francisco Pinheiro Tavares (conhecido como Tavarinho) pelo setor financeiro. O segundo diretor foi Claudenor de Albuquerque Lima, que o dirigiu até eleger-se.
Deputado estadual em 1954.
CBC participou ativamente do desenvolvimento de Arapiraca
Não há como falar em Arapiraca, seus aspectos econômicos, sociais, culturais e educacionais, sem citar o antigo Ginásio do Bom Conselho, hoje Colégio Bom Conselho. De início, funcionando nas dependências da escola Adriano Jorge e, pouco tempo depois, em ampla área própria entre as ruas Estudante José de Oliveira, Boa Vista, Domingos Correia e Paula Magalhães, o ginásio participou ativamente de todas as manifestações educacionais de Arapiraca. Começou com pouco mais de 50 anos, chegando a quase três mil estudantes por ano letivo.
O dinamismo do CBC, tendo à frente o advogado José Moacir Teófilo, teve a participação de arapiraquenses e migrantes que levaram saber a crianças e jovens. Que dizer de: José Moacir Teófilo e padre Antônio Lima, professores de latim e português; Miguel Valeriano, padre Santana, Isabel Torres e José Carmino, professores de português; do francês ensinado por padre Jeferson de Carvalho e Pedro Lima (depois, padre); história, pelos professores Geraldo de Lima e Silva, José Maria de Vasconcelos, Manoel Ferreira Lira; geografia, pelos professores Cleonice Barbosa, Benildo Medeiros, Deusdete Barbosa; química, pelo professor José Cardoso; matemática, professores Elias e Metódio; contabilidade pública, professor Lourenço Almeida, Dr. Ivan Brito (juiz de direito), ensinando OSPB.
Hoje, o CBC é uma lembrança. Uma lembrança viva para milhares de arapiraquenses. De suas salas de aula saíram professores, médicos, engenheiros, políticos, industriais, comerciantes. Uma mescla de homens que continuam a desenvolver o município. Hoje, o CBC faz parte da memória viva de Arapiraca.
Moacir Teófilo: um empreendedor cultural
O educador José Moacir Teófilo (1927)
A trajetória do Dr. Moacir Teófilo é tão extensa quanto importante, não só para os seus familiares mas para o município que o adotou e que ele se apaixonou logo que chegou, em 02 de novembro de 1954, como interventor do Ginásio Cenecista N. S. do Bom Conselho (Ele nasceu no sítio Brejo, zona rural de Taquarana, antiga Canabrava. Hoje o Brejo pertence ao município de Coité do Nóia). O seu espírito altruísta e de empreendedor educacional se fez valer, contribuindo com a fundação da Faculdade de Formação de Professores do 1o. e 2o. Graus do Agreste, hoje UNEAL.
Ele também enveredou no progresso de desenvolvimento da cidade e foi sócio fundador da Companhia Telefônica de Arapiraca, da Rádio Novo Nordeste AM e do Lions Club de Arapiraca. Participou como sócio, juntamente com Claudir Aranda Valeriano, do cinema Trianon. Também criou os Cursos de Direito e Análise de Sistema, extensão do CESMAC para o Colégio Bom Conselho de Arapiraca. Atuou, durante muitos anos, como advogado. É ex-seminarista.
ANOS 60 BANDA DO CBC
Motivo de alegria do diretor Moacir Teófilo, a banda do Ginásio Nossa Senhora do Bom Conselho, depois CBC, sempre alegrou os arapiraquenses. Inclusive foi a segunda melhor do Brasil, ganhando prêmio em concurso de Bandas e Fanfarras no Rio de Janeiro. Nesta foto, encontram-se muitos dos arapiraquenses que hoje representam o município. Vê-se os professores Miguel Valeriano da Silva e Benildo Medeiros e alunos. Alguns identificados: Elionaldo Magalhães, Lourenço Chaves, João Fragozo, Ronaldo Pereira Melo, Valdemar Rodrigues da Silva (o Testa), Leonardo Leite, Demerval (filho de Zé Maria da padaria), Dr. Wellington Palmeira, Aurinelson, Calú, José de Brito, Leonardo China (filho de Zé da Júlia)
Uma lembrança do GNSBC
Formandos de 1965
Durante muitos anos a conclusão do 4º ginasial no Ginásio Nossa Senhora do Bom Conselho representava uma etapa educacional vencida. Esta conclusão era comemorada com aposição de quadro com os concluintes, ou, como no caso aqui, a distribuição de flâmulas com o nome dos alunos que concluíam o período. É o caso dos concluintes de 1965. Entre eles: o ex-deputado estadual e ex-superintendente da SUDENE, Elionaldo Maurício Magalhães Morais, Manoel Correia Dias (diácono), Ronaldo Pereira Melo (orador da turma), João Xavier (bancário do BB), João Nascimento (ex-prefeito de Arapiraca), José Luiz (bancário do Produban), Wellington Palmeira (médico). O paraninfo da turma foi o vereador e depois deputado estadual Alonso de Abreu Pereira; patrono, o senador Rui Palmeira. Era diretor do ginásio (depois Colégio Bom Conselho) o advogado José Moacir Teófilo.
Mãe Nina
Jocelina Rodrigues Vieira – Mãe Nina (1915/1989)
Analfabeta, nascida em Mar Vermelho (AL), chegou em Arapiraca ainda nos idos dos anos 40, à procura de novos ares na cidade grande. Sem instrução, foi trabalhar como faxineira (hoje, chama-se zeladora) da mais nova instituição de ensino, o Ginásio Nossa Senhora do Bom Conselho nas novas instalações. E logo, logo, com sua vassoura e um pano para limpar as carteiras e os birôs, percorria pela manhã e pela tarde as primeiras três salas de aula do ginásio. Depois, autorizada pelo diretor José Moacir Teófilo, colocou uma cantina nas dependências do ginásio. Era a festa dos alunos. Mas não era conhecida pelo nome de Jocelina. Ela era a Mãe Nina, a segunda mãe de todo os alunos. Rígida, mas afável, fez parte da vida de milhares de alunos que passaram pelos cursos de ginásio, científico, pedagógico, comercial. Continuou a viver o Colégio Bom Conselho até perto de sua morte, em 13 de janeiro de 1989. Teve dois filhos, Acebílio Vieira Leite e Jurandir Vieira Leite, e adotou Valdenita Rodrigues Vieira.
Fonte: Eli Mário Magalhães e Manoel Lira
Produção Editorial: Roberto Baía e Carlo Bandeira