Mortes por covid-19 indicam que pandemia no Brasil ainda está longe do fim

Foto: Reprodução

O Brasil registrou, nesta quarta-feira (23), 999 vítimas de covid-19, segundo números oficiais divulgados pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Também segundo o Conass, já são 646.419 mortes desde o início da pandemia, em março de 2020. A média móvel, calculada pelos números dos últimos sete dias é de 806.

Sobre o número de novos casos diários, o indicador segue em queda. Foram 133.563 novas infecções, totalizando 28.484.890, oficialmente notificadas. A média diária de casos está em 96.872, abaixo do pico de 189.526, observado no dia 3 de fevereiro.

Entretanto, a contaminação muito acima das outras duas ondas de impacto, que tiveram pico de 46 mil e 77 mil casos diários em julho de 2020 e junho de 2021, respectivamente.

Naqueles momentos da covid no Brasil, o número de mortes foi superior ao atual, chegando a mais de 3 mil por dia em abril de 2021. A situação só não é mais dramática por conta do grande número de pessoas vacinadas.


Números da covid-19 no Brasil nesta quarta-feira (23) / Fonte: Conass

São Paulo

São Paulo observa, pela primeira vez em 2022, uma queda na média de mortes por covid-19. Contudo, os números seguem elevados e preocupam autoridades. Hoje, morreram 298 pessoas no estado.

O secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn, atribui a queda ao avanço da imunização, em especial das doses de reforço e em crianças neste momento. “A expectativa é que as quedas se mantenham nos próximos dias, fruto do avanço da vacinação no estado”, disse. Entretanto, o período de carnaval segue uma ameaça ao progresso do combate à pandemia, já que são esperadas aglomerações, mesmo ilegais.

São Paulo também observa, pela primeira vez no ano, que a taxa Rt, que indica o nível de transmissão do vírus, está abaixo de 1. No estado, o índice está em 0,99. Na média do país, o indicador é 0,97. Na prática, esses dados indicam que um grupo de 100 pessoas com vírus transmite para outras 99 em São Paulo e para 97, pela média nacional.

É um indicador de que a pandemia está em desaceleração. Os dados são da ferramenta Info Tracker, desenvolvida por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da USP (Universidade de São Paulo), e do Imperial College de Londres.

Terceira dose

Novos estudos atestam a eficiência das vacinas e a importância da terceira dose de reforço. A neurocientista Mellanie Fontes-Dutra, coordenadora da Rede Análise | Especial Covid-19, apresenta dados relevantes sobre o tema.

“Uma 3ª dose aumentou os títulos de anticorpos de ligação e neutralizantes em pessoas vacinadas mas sem histórico de infecção. Vimos esse aumento também em indivíduos vacinados E recuperados. E quando a gente pensa sobre a ômicron, os dados nos mostram que, mesmo a variante gerando um impacto sobre a neutralização desses anticorpos, a 3ª dose causa um grande reforço nesse parâmetro”, afirma.

“Em resumo: as respostas de anticorpos, incluindo anticorpos neutralizantes para ômicron, são muito reforçadas por uma 3ª dose, e esse benefício é sustentado. Lembrando que a infecção traz riscos.

Portanto, é importante que seu sistema imune esteja treinado, daí a importância da vacinação completa/reforços, para se beneficiar não só da proteção contra a doença, mas também reduzir riscos de covid longa”, alerta a cientista.

Portanto, mesmo diante de resultados incontestáveis do bom desempenho das vacinas, Mellanie lembra que medidas como uso de máscara e distanciamento social possível seguem importantes.

“Somado às vacinas, as medidas de proteção seguem sendo fortes aliadas, para que a gente possa reduzir ainda mais o risco de transmissão/exposição e – finalmente – vislumbrar um fim real dessa pandemia”, completa.

Fonte: Rede Brasil Atual