Negócio bilionário comprova alto valor das minas que existem sob o solo do Agreste alagoano
Um negócio bilionário fechado entre empresas multinacionais comprova o tamanho da riqueza que existe debaixo do solo do Agreste alagoano. Por um bilhão de dólares americanos, o grupo sul-africano Sibanye-Stillwater comprou o Projeto Serrote da Mineração Vale Verde e também a Mina Santa Rita, localizada no município de Itagibá-BA.
A transação anunciada no final de outubro inclui a estrutura corporativa do escritório da Vale Verde em Belo Horizonte-MG e as dívidas contraídas para tocar os dois investimentos. Na prática, a compra precisa ser liquidada até o final do ano, em dinheiro, e significa a aquisição integral das minas e projetos da Appian Capital Brazil, empresa sediada em Londres responsável pelas subsidiárias Atlantic Nickel (exploradora de jazida de níquel na Bahia) e da Vale Verde (explorada de cobre em Craíbas e Igaci).
A mudança no controle acionário do negócio foi divulgada aos trabalhadores do Projeto Serrote por meio de videoconferência no dia 26 de outubro e estabelece ainda 5% de royalties sobre o potencial futuro da ‘botija’ baiana. Tudo isso aponta para a certeza do mercado promissor e ganhos positivos, mirando no aumento da procura por material indispensável ao desenvolvimento de automóveis movidos a energia.
Os metais retirados do solo alagoano e baiano, posteriormente processados, são componentes básicos de equipamentos cada vez mais utilizados por indústrias estrangeiras, especialmente as do mercado asiático. Baterias de carros elétricos são apenas o maior exemplo do uso dos chamados ‘metais do futuro’.
Redenção econômica
Com tanta grana envolvida, a parte que cabe aos municípios com o recolhimento de impostos continua garantida, ainda que sem o devido retorno para a população. O poder público não devolve, na mesma medida, o que está sendo injetado de receita em seus cofres. É dinheiro novo, como os gestores gostam de dize, com aplicação distante da obrigatória transparência.
Somente a jazida de minério de cobre localizada na zona rural de Igaci tem vida útil estimada em aproximadamente 14 anos, exploração com mais uma fonte de abastecimento já assegurada, a mina situada na zona rural de Igaci, área com cerca de 170 hectares denominada Projeto Caboclo. Os municípios vizinhos têm riqueza em suas terras que ainda não são compartilhadas com o povo.
Onde estão os investimentos para as populações de Craíbas e Igaci? O que está sendo feito com o dinheiro recolhido por essas prefeituras? Quanto cada um já recebeu e ainda vai ganhar? Ninguém responde, nem os governos e nem a Vale Verde.
Considerando a possibilidade real de mais locais com potencial de exploração – inclusive de ouro – o Projeto Serrote é fonte incontestável de riqueza que ainda não gerou a prometida redenção econômica do Agreste de Alagoas.
Desemprego
O desemprego agravado pela pandemia de Covid-19 joga pra baixo a população de baixa renda que a cada dia depende mais e mais dos benefícios sociais, sob a ameaça da extinção do Bolsa Família e a incerteza do novo auxílio que o Congresso Nacional ainda não aprovou.
Tudo isso seria de menos importância que houvesse, de fato, retorno social do valor gerado pelos impostos que chegam aos cofres das prefeituras. Quanto cada município fatura com royalties é mistério guardado a sete chaves, com omissão das Câmaras de Vereadores e órgãos de fiscalização do poder público.
Enquanto isso, o retorno financeiro parece cada vez mais restrito aos investidores, com lucros altíssimos.
A mina de exploração a céu aberto localizada em Craíbas foi comprada em 2018 pelo Grupo Appian Capital Advisory, com investimentos de aproximadamente um bilhão de reais, valor bem menor do que o bilhão de dólares que obteve com a venda recente, considerando ainda a cotação atual da moeda norte-americana, ainda que parte desse montante também pague pelo níquel do solo da Bahia, metal de valor abaixo do cobre/ouro alagoano.
Somente com o concentrado de cobre – terceiro metal mais utilizado no mundo – os estudos apontam capacidade de produção de 50 mil toneladas por ano no Projeto Serrote, investimento que a Vale Verde obteve financiamento de 140 milhões de dólares em fevereiro deste ano e que passa para o controle da Sibanye-Stillwater, inclusive com essa dívida a pagar, o que fica claro não será problema.
A nova dona da riqueza mineral alagoana opera em diversos países e é especializada na produção de metais preciosos, como platina e ouro, e amplia sua atuação para o que se chama de ‘metais verdes’, entre eles níquel, cobre e lítio. Falta saber quanto tudo isso também mudará, para melhor, a vida dos moradores mais pobres do Agreste de Alagoas.
[20:04, 04/11/2021] Mycakel Diagramador: Maioria dos deputados federais de Alagoas vota a favor da PEC dos Precatórios
Apenas Paulão (PT) e Isnaldinho Bulhões (MDB) rejeitam projeto que abre os cofres do governo
Redação com Congresso Em Foco
A Câmara dos Deputados aprovou na madrugada de quinta-feira (4), o texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que altera a forma de pagamento dos precatórios pela União.
A matéria teve 312 votos favoráveis e 144 contrários, quatro votos acima dos 308 necessários para a aprovação em 1º turno, diferença que teve apoio da maioria dos membros da bancada alagoana.
Dos oito representantes do estado na Câmara Federal, apenas dois votaram contra a modificação que ‘fura o teto’ dos gastos da União para 2022, ano de eleição presidencial, governadores e parlamentares federais e estaduais.
Apenas os deputados Paulão (PT) e Isnaldinho Bulhões (MDB) votaram contra a PEC 23/2021. Marx Beltrão, Pedro Vilela, Sérgio Toledo, Severino Pessoa e Arthur Lira contribuíram para a vitória apertada da proposta que aumenta o repasse em emendas parlamentares na votação que não teve a participação da deputada Tereza Nelma.
Em suas redes sociais, Paulão comentou a aprovação da matéria que chama de ‘PEC do Calote’ e criticou o presidente Arthur Lira, principal articulador do resultado favorável ao presidente Bolsonaro.
“Ontem, durante a sessão da Câmara, foi aprovado o texto-base da PEC 23/2021, a PEC do Calote. A arrogância e o nervosismo de Arthur Lira demonstraram o conluio para essa aprovação. Um verdadeiro absurdo! A presidência desta Casa, Bolsonaro e Paulo Guedes querem destruir o nosso Estado Democrático de Direito. Os precatórios são um direito trabalhista conquistado há décadas e esta Casa, rebaixada, vota e aprova o projeto”, argumenta Paulão.
“Não houve acordo para essa votação, só existiram mentiras. Enquanto isso, o país enfrentando inflação alta, fome, desmonte de estatais, alta de combustíveis e desmontes”, comentou sobre o a aprovação que classifica como escândalo.
A PEC 23 é criticada por políticos da esquerda e da direita por permitir o descumprimento do limite de gastos previsto na Constituição, viabilizando o programa “Auxílio Brasil”, substituto do Bolsa Família, extinto em outubro pelo presidente Jair Bolsonaro.
A sessão realizada na madrugada deste quinta, 04, foi adiada por cerca de três horas até registrar quórum necessário no plenário. No momento da abertura dos trabalhos, havia 445 deputados presentes na Casa, informa o portal Congresso Em Foco.
Os deputados tiveram duas votações preliminares bastante apertadas, que ajudaram a medir os ânimos dos deputados: a retirada de pauta do projeto e a preferência de um texto do relator tiveram 307 favoráveis, um único voto abaixo do necessário para aprovação da PEC.
A redação aprovada engloba o texto da comissão especial segundo o qual o limite das despesas com precatórios valerá até o fim do regime de teto de gastos (2036).
Para o próximo ano, esse limite será encontrado com a aplicação do IPCA acumulado ao valor pago em 2016 (R$ 30,3 bilhões). A estimativa é que o teto seja de quase R$ 40 bilhões em 2022. Pelas regras atuais, dados do governo indicam um pagamento com precatórios de R$ 89 bilhões em 2022, frente aos R$ 54,7 bilhões de 2021.
Segundo o secretário especial do Tesouro e Orçamento, Esteves Colnago, cerca de R$ 50 bilhões devem ir para o programa Auxílio Brasil e R$ 24 bilhões para ajustar os benefícios vinculados ao salário mínimo.
Fonte: Jornal de Arapiraca