Estabelecido o crescimento econômico seríamos todos felizes? Depende de que crescimento econômico estaríamos falando, como também o que entendemos por felicidade. Qual a vocação do Brasil ou o sonho Brasileiro.
Com a revolução industrial, iniciada no Reino Unido, e, posteriormente Europa Ocidental e Estados Unidos, séculos XVIII e XIX, substituindo o trabalho humano por máquinas, acreditavam os pensadores da época que o futuro, hoje vivido por nós, que estaria resolvido o problema da felicidade humana, porquanto solucionado o problema da produção, gerando bem estar social. Ledo engano.
Nem todos que compõem a população mundial, em torno de sete bilhões de habitantes, tem acesso aos bens produzidos. No caso do Brasil há uma considerável parcela populacional que vive em condições de miserabilidade, portanto fora do bem estar social.
O que fazer, perguntava um amigo, Herbert Toledo, um de meus poucos leitores, médico de comprovada competência, para resolver o problema? As bases para se chegar ao bem estar social são: a) educação de qualidade, nisto estamos bem longe, onde proliferam analfabetos funcionais, com curso fundamental concluído, e curso superior sem qualidade; b) boa produção científica; c) crescimento econômico.
Resolvido os problemas acima, educação de qualidade em todos os níveis, produção científica e desenvolvimento econômico, teríamos um estado de bem estar social.
O crescimento econômico, com a produção da riqueza nacional, consequentemente com a elevação do PIB, para realizar o bem estar social, traduzido em felicidade, quer no sentido estrito (individual) ou no amplo (coletivo), tem que se dá em base sustentável , sem a agressão ao meio ambiente, hoje em processo contínuo de destruição, exterminando a biodiversidade, cujas consequências à natureza os nossos bisnetos, por certo, não entenderão, olhando para trás, tão absurdo comportamento.
O crescimento econômico, se não for pensado, humanizado, planejado, é bem verdade produzirá riqueza, como também, infelicidade. As cidades megalópole, muitas vezes ricas e prósperas, fazem surgir, como resultado do modo de vida, pessoas que buscam consultórios médicos e psicológicos, para tratamento dos mais variados transtornos. São três horas para chegarem ao trabalho e uma competitividade sem limites. Produzem, não resta dúvida, desenvolvimento econômico, em todos os setores econômicos, como também, infelicidade.
Sim. Respondo ao meu amigo e médico Herbert Toledo. Podemos não ter miseráveis, os que perambulam pelas ruas feitos Zumbis, estendendo-lhes a mão do Estado, proporcionando, neste caso, o bem estar com acolhimento e tratamento.
O bem estar social, em sentido mais amplo, atendidos os requisitos já mencionados, requer meio ambiente equilibrado, emprego condigno, cidades menores, mais convivência humana, menos competitividade, mais solidariedade.
O sonho brasileiro, povo único e alegre, é ter suas crenças, viver a exuberância de sua alegria, e viver num estado democrático de direito. Somos possuidores de uma sócio diversidade cultural e biodiversidade única no mundo. Não temos, um biotipo brasileiro único. Somos pardos, negros, brancos, de origens étnicas múltiplas. Temos portes físicos variados. Somos diferentes dos europeus. Não precisamos imitá-los. Podemos constituir nosso progresso e realizar o nosso sonho brasileiro. Não imitá-los e encontrar os nossos próprios anseios. Eis o grande desafio. Bem, felicidade, como a entendo, é resultado, sobretudo, do transcendental, do metafísico, não só do desenvolvimento econômico.