Desde antes da sua Emancipação Política o município de Arapiraca oferecia instrução aos seus filhos, como bem está no livro Terra de Alagoas, dos autores Adalberto Marroquim, Diegues Júnior, Moreira e Silva, Jaime de Altavilla (o pai), publicado em 1922. Sobre o município de Limoeiro, do qual Arapiraca fazia parte, está que possuíam escolas públicas os povoados de Arapiraca, Cacimbas, Veados (hoje Canaã).
Somente durante o governo do interventor Osman Loureiro, mais precisamente em 1940, surge o Grupo Escolar Adriano Jorge. Pouco tempo depois, em 1943, fundado por Pedro de França Reys, aparece o Instituto São Luís, ensino particular, localizado na praça Gabino Besouro, hoje praça Marques da Silva. Em 1953, juntamente com o sócio e amigo Manoel de Oliveira Barboza vão se instalar em prédio próprio na rua Estudante José de Oliveira Leite, até ser extinto, surgindo em seu lugar a Escola Rosa Mística.
ADRIANO JORGE
Teve sua inauguração festiva no início de 1940 (governo do interventor de Alagoas Osmam Loureiro), construído que foi em terras de Francolino José de França. Foi a primeira escola pública de Arapiraca, com professores concursados, entre eles: Eduvalgina Souza (primeira diretora), Amália Fragoso, Arlinda Loureiro, Pedro de França Reys (vindo de Triumpho, Alagoas), Eunice Cox, Francisca Petrina de Macedo (Chiquinha Macedo, irmã de Monsenhor Macedo), Maria José Mota. Por lá também passaram Diva Gama de Albuquerque, Maria de Lourdes Almeida, Isabel Torres de Oliveira, Vandete Lúcio, Gildete Lira, Maria de Lourdes Queiroz. Sem dúvida, o grupo escolar Adriano Jorge foi da maior importância para o ensino primário em Arapiraca.
Atualmente, sofreu grande reforma em sua parte física, com modernas instalações (todas as salas de aula com aparelhos de ar condicionado). Ele continua contribuindo com o ensino e a educação arapiraquenses.
GRUPO ESCOLAR ADRIANO JORGE – 1958
Essa memória representa as professoras do Grupo Escolar Adriano Jorge, em 1958. Da direita para a esquerda: 1 -Lourdes Queiroz, 2 – Geni Lúcio,
3 – (desconhecida), 4 – Lucinha Vasconcelos Rodrigues, 5 – Cleonice Martins, 6 – (desconhecida), 7 – Diva Albuquerque (Dona Diva), 8 – Isabel Torres (Dona Bezinha – diretora), 9 – Maria de Lourdes de Almeida Barbosa, 10 –Dona Ena, 11 – Tereza Flores, 12 – Tereza Melo (Teca Melo), 13 – Irene Rocha, 14 – Dolores Leite, 15 – Marilourdes Queiroz (Lourdinha).
GRUPO ESCOLAR ADRIANO JORGE – 1940
Alunos do Grupo Escolar Adriano Jorge, em 1940. Da esquerda para direita: na segunda fila – 1 – Higino Vital, 2 – José Rocha, 3 – Zélia Cavalcante, 4 – Nilza Lúcio, 5 – Lourdes (sobrenome desconhecido), 6 – Margarida Matos Mateus (Margarida Moço), 7 – Wilson Tabajara (foi alfaiate), 8 – José Leite (irmão do padre Darci Leite), 9 – (criança desconhecida), 10 – Maria Muritiba, 11 – Edleuza Castro (esposa do Dedé da sinuca), 12 – Maroquinha Leite, 13 –
Professora Felisdona, 14 – Mirian Leite, 15 – Luzinete Rocha (irmã de Reginalda Rocha), 16 – Hilda Moço (irmã de Deca Moço).
MARIA FRAGOSO BARBOSA (1902/1991)
Nascida em Bom Conselho, Pernambuco. Antes de viver em Arapiraca, morou, quando criança, em Viçosa (AL) e Maceió, onde se formou como professora; lecionou em Colônia de Leopoldina. Chegou a Arapiraca em 1928, indo ensinar o primário (até o 3º ano) em uma escola na rua 15 de
Novembro. Participou, também, do coro da Igreja Nossa Senhora do Bom Conselho. Casou-se (1930) com o agropecuarista e comerciante Lino Barbosa da Silva, tendo sete filhos e um adotivo. É mãe da educadora Cleonice Barbosa. Durante muitos anos, foi uma das mais prestigiadas educadoras do Grupo Escolar Adriano Jorge, fundado em 1940 com o nome de Grupo Escolar Arapiraca. Além de mestra e educadora, era amante da cultura e do folclore: apresentou, anualmente (de 1953/1958), o pastoril da Igreja Nossa Senhora do Bom Conselho.
A PRIMEIRA EDUCADORA FRANCISCA PETRINA DE MACEDO – CHIQUINHA MACEDO (1892/1990)
Nascida ainda quando Arapiraca pertencia ao município de Limoeiro de Anadia, Chiquinha Macedo, como era mais conhecida, sempre viveu sua existência como professora, ensinando as primeiras letras. Neta de Manoel Valente, sogro de Manoel André Correia, era irmã de Monsenhor Macedo (Francisco Xavier de Macedo). Em 1912, foi a primeira catequista e zeladora da Igreja Nossa Senhora do Bom Conselho, onde seu irmão era pároco. Nos
anos de 1940 ensinava no Grupo Escolar Adriano Jorge, que antes chamava-se Grupo Escolar Arapiraca. Ela dá o nome à cadeira 14 da ACALA – Academia Arapiraquense de Letras e Artes. Faleceu em Maceió.
O GRANDE MESTRE PEDRO DE FRANÇA REYS (1907/1975)
Filho de Triumpho (hoje Igreja Nova), onde nasceu em 1907. Como professor estadual e ex-seminarista, foi nomeado para dar aula no Grupo Escolar Adriano Jorge, conquistando a simpatia e a confiança do povo de Arapiraca. Era austero, porém gentil. Em 1943, deixou de ser professor estadual, fundando o Instituto São Luís e, com o apoio de um jovem arapiraquense, Manoel de Oliveira Barboza, tornaram-no um estabelecimento de primeira
grandeza no ensino primário. Participou ativamente da vida cultural de Arapiraca, sendo autor da letra do Hino de Arapiraca e do Hino do ASA, além de várias páginas literárias. Inúmeros arapiraquenses passaram pelas bancas do Instituto São Luís, hoje uma simples lembrança.
NOVO PRÉDIO
A inauguração do Instituto São Luís, em 1953, foi nas instalações da rua Estudante José de Oliveira Leite, hoje substituído pela escola Rosa Mística.
ALUNO
José Carlos Lira, engenheiro agrônomo, era aluno do antigo Instituto São Luís, em1959.
O MESTRE MANOEL DE OLIVEIRA BARBOZA (1929 /2013)
Durante mais de cinquenta anos, esse arapiraquense fez parte da primeira escola particular de Arapiraca, juntamente com o fundador Pedro de França
Reys. Era o Instituto São Luís, cujas bancas serviram a milhares de crianças de Arapiraca e/ou vindas de municípios vizinhos. Foi, também, membro atuante do Lions Clube de Arapiraca e um dos fundadores da Casa dos Velhinhos São Vicente de Paula, a Casa dos Velhinhos, onde participou ativamente durante grande parte de sua vida. Alí, foi velado.
Fonte: Eli Mário Magalhães e Manoel Lira
Produção Editorial: Roberto Baía e Carlo Bandeira