
POR REDAÇÃO
Durante o velório de seu filho, que faleceu apenas dois dias após o nascimento, um pai desabafou emocionado sobre a dor e a revolta que está enfrentando. O bebê nasceu no Hospital Regional Nossa Senhora do Bom Conselho, em Arapiraca, Agreste de Alagoas, e, segundo a família, a morte foi consequência de um atendimento inadequado durante o parto.
Visivelmente abalado, o pai acusou a unidade de saúde de negligência médica. “Meu filho estava saudável, 100%. O problema aconteceu na hora do parto. Fizeram muita força, ele se machucou demais, foi levado para a UTI e acabou morrendo. Fica aqui minha indignação”, declarou.
A mãe do bebê também expressou sua revolta. Ela afirmou que não recebeu o acompanhamento necessário e que o atendimento no momento do parto foi falho. Para ela, a tragédia poderia ter sido evitada.
Nota do hospital
Em resposta, o Hospital Regional divulgou uma nota oficial afirmando que a causa das complicações foi uma rara intercorrência obstétrica. Segundo a unidade, o cordão umbilical estava firmemente enrolado no punho do bebê, o que teria dificultado o parto e causado sofrimento fetal.
Ainda de acordo com o hospital, a gestante chegou à maternidade já em fase avançada de trabalho de parto, com dilatação quase completa, o que teria impedido um acompanhamento mais detalhado do caso desde o início.
A direção da unidade classificou o ocorrido como uma fatalidade imprevisível, alegando que foram utilizados todos os recursos médicos disponíveis, mas o desfecho não pôde ser evitado.
Casos semelhantes e investigação
O caso reacende discussões sobre a qualidade do atendimento na maternidade do hospital, que já foi alvo de denúncias anteriores. Nos últimos meses, outras famílias também relataram mortes de gestantes e recém-nascidos, apontando falhas no atendimento como causa dos óbitos.
A Polícia Civil de Alagoas está investigando os casos recentes, incluindo a morte deste bebê, para apurar se houve negligência, imprudência ou imperícia por parte dos profissionais de saúde.
Enquanto as investigações seguem, a dor da família e as denúncias levantam um alerta sobre a necessidade de melhorias urgentes no sistema de saúde pública, especialmente no atendimento obstétrico.