PL de Ronaldo Medeiros que veda uso de imagens de operações policiais gera reação imediata

Foto: Ascom ALE

O deputado Ronaldo Medeiros (PT) deu entrada, na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), em um projeto de lei (PL) que dispõe sobre a vedação ao uso de imagens de investigação e operações policiais para fins de divulgação em perfis pessoais das redes sociais, por parte de agentes da segurança pública do Estado. Após o recesso parlamentar, a matéria será analisada pelas comissões técnicas e, recebendo parecer favorável, será votada no plenário.

“A proposição [projeto] encontra fundamento no fato de que muitos agentes de segurança pública se beneficiam das imagens como forma de autopromoção. Hoje em dia, com o advento da internet, alguns agentes de segurança pública encontram em seus perfis nas redes sociais formas de ganhar fama e notoriedade perante a sociedade, impulsionando, inclusive, conteúdo e violando os direitos do devido processo legal”, afirmou Ronaldo Medeiros.

O projeto, no entanto, causou reação imediata nos agentes de segurança pública.

O delegado da Polícia Civil e vereador Fábio Costa (PP) disse à Tribuna que é contra o PL e afirmou que uma servidora da Assembleia Legislativa presa por tráfico de drogas teria sido indicada pelo deputado petista.

“Com o surgimento das redes sociais, a polícia se aproximou da população, que agora entende que a polícia existe para proteger e servir os cidadãos ordeiros. Isso tem incomodado muito as pessoas que passaram a vida toda atacando a polícia, tentando distanciar a população. Que o PT não gosta de polícia e ‘adora’ um bandido, disso todo mundo já sabe. O que foi surpresa para mim é a informação de que, supostamente, Ronaldo Medeiros teria indicado uma traficante de drogas para ocupar um cargo na Assembleia”, afirma o delegado.

“A suspeita foi presa com dez quilos de cocaína em outubro do ano passado e teria se identificado para a polícia como assessora de Ronaldo Medeiros. Fiz uma pesquisa no Diário Oficial e descobri que na época da prisão, ela era assessora da Assembleia com salário de mais de onze mil reais. Protocolei um ofício solicitando informações sobre no dia vinte de maio desse ano, e até agora não recebi a informação de para quem a assessora traficante trabalha e por quem foi indicada”, continuou.

Medeiros não foi encontrado pela reportagem e por sua assessoria de comunicação para comentar sobre as falas do vereador e delegado Fábio Costa.

Procurado pela Tribuna, o delegado Leonam Pinheiro, pré-candidato a deputado estadual, disse acreditar que deveria ser incentivado o contrário do proposto pelo projeto e “que todos os servidores públicos mostrassem o que estão fazendo”. “O que os políticos querem esconder com essa proibição?”, questiona.

“Ao invés de discutir isso, acho que nossos políticos deveriam se preocupar em trabalhar pelo povo. Falar menos e fazer mais. Enquanto o povo carece de uma saúde de qualidade, está sem emprego e tantos sequer tem o mínimo, acho estranho nesse momento eles estarem debatendo qualquer coisa diferente disso. Vejo isso como censura! Querem nos calar”, reforçou.

Em vídeo publicado no Instagram, o delegado Thiago Prado, também pré-candidato a deputado estadual, comentou o PL. “Veja a que ponto chegou a preocupação da velha política em perder as cadeiras da Assembleia Legislativa de Alagoas. Faça um projeto de lei para que você possa mostrar seu trabalho porque até agora a gente não viu, ‘irmão’”.

Fonte: Tribuna Independente