Presidente da Une diz que Brasil terá hoje o Enem mais branco e desigual da história

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Cerca de somente três milhões de estudantes se inscreveram para as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano. “É menos da metade daqueles que se inscreveram nas últimas edições”, critica a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz.

“Isso é muito grave para todos aqueles que acreditam que o ensino superior é um caminho importante no país”. Ela resume: “Será o Enem mais branco e desigual da história”.

Em entrevista ao Congresso em Foco, Bruna afirma que a UNE estará atenta aos desdobramentos das provas do Enem, que se iniciam no domingo (21) em todo o país para defender os estudantes que vierem a ser prejudicados pelo exame, marcado pela demissão de 37 servidores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep), responsável pela elaboração das provas, que acusam o governo de pressão para interferir nos conteúdos, especialmente por questões político-ideológicas, como, por exemplo, trocar o termo “ditadura militar” por “regime militar”.

A amazonense Bruna Brelaz, de 26 anos, é a primeira mulher negra e nortista a ocupar a presidência da UNE. Exemplo de um país que, apesar dos pesares, luta todos os dias e consegue conquistar espaços para se tornar menos desigual e inclusivo. Essas conquistas, porém, provocam reações. Bruna, assim, tem sido vítima dos “gabinetes do ódio” à direita e à esquerda. Segundo ela, quase sempre esses ataques apelam para essas condições: a cor de sua pele e sua condição de mulher.

Fonte: Congresso Em Foco