O presidente estadual do PT em Alagoas, Ricardo Barbosa, defende o método adotado pelo partido para a definição da ocupação de cargos em comissão no Governo do Estado. À reportagem da Tribuna Independente, o dirigente ressalta a legitimidade da instância partidária que referendou as decisões.
As indicações geraram uma crise interna no campo majoritário da legenda em Alagoas.
“Não se trata da minha ‘versão’ e, sim, do esclarecimento de como as nomeações estão se dando de acordo com o que foi deliberado pela Executiva Estadual do PT Alagoas. Necessário esclarecer também que o deputado estadual Ronaldo Medeiros é membro da Executiva e com direito a voto. Creio que a instância partidária é legítima para discutir e deliberar sobre o assunto de forma transparente e democrática, respeitando os filiados do PT e as suas forças políticas em detrimento de “caciques” de qualquer esfera parlamentar”, argumenta Ricardo Barbosa.
O presidente do PT em Alagoas também apresentou documento da legenda com a resolução da reunião da Comissão Executiva estadual do partido que discutiu o assunto, realizada em 30 de dezembro de 2022.
“A Comissão Executiva Estadual do Partido dos Trabalhadores em Alagoas, em reunião extraordinária, deliberou, por ampla maioria, com duas abstenções, por referendar a manutenção, no Governo do Estado de Alagoas, das Secretarias de Estado da Mulher e Direitos Humanos (SEMUDH) e do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH), bem como dos respectivos secretários Maria José e Gino César. O PT Alagoas também manterá como sua indicação a Agência Reguladora de Serviços Públicos em Alagoas (ARSAL)”, relata. “De igual forma, porém de forma unânime, também deliberou pela formação de uma composição de uma Comissão de Análise, formada por 08 (oito) membros, cuja composição se dará de forma proporcional em relação às forças politicas com assento na Executiva Estadual, à qual serão submetidas todas as indicações futuras para quaisquer cargos na composição das já referidas Secretarias de Estado, bem como a ARSAL, e os cargos para órgãos federais, se o caso assim requerer”, completa o documento da Comissão Executiva do PT em Alagoas.
As indicações do partido para ocupar cargos em comissão no Governo do Estado geraram polêmica após o vazamento de uma carta assinada por Welton Roberto, Ronaldo Medeiros, Judson Cabral e Basile Christopoulos.
Todos ligados ao chamado campo majoritário do PT.
Eles reclamam da falta de discussão interna acerca dos nomes escolhidos pela legenda para a ocupação dos espaços no Governo do Estado.
À edição de terça-feira (17) da Tribuna Independente, Welton Roberto afirmou que “as coisas internamente no partido estão sem discussão prévia, sem debate, sem diálogo, sem ampliar a questão que envolve os espaços do partido, tanto em nível estadual quanto federal. Nós tomamos conhecimento das nomeações do segundo escalão pelo Diário Oficial e pela imprensa. O partido não chamou a plenária, não chamou uma reunião. O partido, simplesmente fez uma reunião da executiva para fazer ad referedum depois das nomeações que o governador Paulo já tinha feito. Isso é absurdo do ponto de vista democrático, da transparência”.
Procurado, Ronaldo Medeiros disse que não comentaria o assunto. Já o deputado federal Paulão, não respondeu à reportagem.
Fonte: Tribuna Independente