O que seria apenas um laboratório, como o autor mesmo diz, para a escrita do livro principal, já tem conquistado quem lê. Delírios da Esperança é o ensaio para o primeiro livro de poesias do escritor alagoano Guilherme Moraes, que será lançado em breve. Nesta primeira versão, o escritor retrata as reflexões de um poeta que lida com a esperança e os anseios da sua época. Em entrevista exclusiva para o Jornal de Arapiraca, o poeta falou sobre a sua primeira publicação e o processo de escrita dele. O livro “Delírios da Esperança: Poemas de um Poeta Perdido” pode ser comprado pelo site da Amazon.
JORNAL DE ARAPIRACA: É o primeiro livro seu a ser lançado?
GUILHERME MORAES: Sim, é o primeiro.
JA: As poesias ao longo do livro mostram os dilemas do poeta, como é viver esses dilemas?
GM: Acredito que, principalmente, angustiante, pois há um evidente desejo na existência de algo em que seja possível se agarrar e utilizar como alavanca para sair da situação atual. O fato desse “algo” existir, mas ser uma ideia, e portanto, entidade não material, torna tudo ainda mais complexo, pois tudo encontra-se no campo das possibilidades, cabendo assim uma decisão individual, no caso do poeta, em ser otimista, ou não.
JA: Em uma específica, Medíocre, você aborda os questionamentos do ser humano também. Como a poesia funciona, para você, em materializar essas questões?
GM: Tenho preferência por poetas que transmitem seus pensamentos de maneira inequívoca, que assumem uma posição, ainda que utilizando metáforas ou símbolos. Acho que a poesia, bem como todas as artes, serve para cristalizar o espírito de uma época. E nesta época que vivemos, parece-me inescapável discutir os temas sociais na dualidade desespero/esperança.
JA: O livro traz muitas reflexões do eu poeta, em todos os âmbitos da vida, como foi organizar esse material e selecionar para a publicação?
GM: Esta obra me serviu como um laboratório para a escrita principal que intitula-se Delírios da Esperança, e que estou por finalizar. No começo pensei em publicar tudo em uma única obra, mas percebi que essa obra agora publicada poderia servir como uma apresentação para a principal.
JA: Em “Poesia sem importância”, podemos ver a angústia de viver o governo anterior, para você, qual a importância da poesia de denúncia e de crítica, principalmente nesta conjuntura?
GM: O grande poeta João Cabral de Melo Neto falou certa vez que ele não acreditava que a literatura mude algo da sociedade, mesmo assim ele deveria deixar seu protesto em forma de literatura.
Talvez ele esteja certo, mas quero acreditar que a literatura, a poesia, como organizadora de ideias possa contribuir para que essas ideias tornem-se força material catalisadora de mudanças. De toda maneira, também deixo o meu protesto (risos).
JA: Apesar das angústias que atormentam o poeta e a humanidade, o livro fala também de esperança, que está também no título. Pra você é possível ainda esperançar?
GM: Ter esperança é um dever dos inconformados.
JA: Terá mais algum novo livro esse ano?
GM: Espero conseguir publicar o poema principal ainda neste ano.
É o primeiro livro seu a ser lançado?
Sim, é o primeiro.
As poesias ao longo do livro mostram os dilemas do poeta, como é viver esses dilemas?
Acredito que, principalmente, angustiante, pois há um evidente desejo na existência
de algo em que seja possível se agarrar e utilizar como alavanca para sair da situação atual. O
fato desse “algo” existir, mas ser uma ideia, e portanto, entidade não material, torna tudo
ainda mais complexo, pois tudo encontra-se no campo das possibilidades, cabendo assim uma
decisão individual, no caso do poeta, em ser otimista, ou não.
Em uma específica, Medíocre, você aborda os questionamentos do ser humano também,
como a poesia funciona, para você, em materializar essas questões?
Tenho preferência por poetas que transmitem seus pensamentos de maneira
inequívoca, que assumem uma posição, ainda que utilizando metáforas ou símbolos.
Acho que a poesia, bem como todas as artes, serve para cristalizar o espírito de uma
época. E nesta época que vivemos, parece-me inescapável discutir os temas sociais
na dualidade desespero/esperança.
O livro traz muitas reflexões do eu poeta, em todos os âmbitos da vida, como foi
organizar esse material e selecionar para a publicação?
Esta obra me serviu como um laboratório para a escrita principal que intitula-se
Delírios da Esperança, e que estou por finalizar. No começo pensei em publicar tudo em uma
única obra, mas percebi que essa obra agora publicada poderia servir como uma apresentação
para a principal.
Em Poesia sem importância, podemos ver a angústia de viver o governo anterior, para
você, qual a importância da poesia de denúncia e de crítica, principalmente nesta
conjuntura?
O grande poeta João Cabral de Melo Neto falou certa vez que ele não acreditava que a
literatura mude algo da sociedade, mesmo assim ele deveria deixar seu protesto em forma de
literatura.
Talvez ele esteja certo, mas quero acreditar que a literatura, a poesia, como
organizadora de ideias possa contribuir para que essas ideias tornem-se força material
catalisadora de mudanças. De toda maneira, também deixo o meu protesto (risos).
Apesar das angústias que atormentam o poeta e a humanidade, o livro fala também de
esperança, que está também no título. Pra você é possível ainda esperançar?
Ter esperança é um dever dos inconformados.
Terá mais algum novo livro esse ano?
Espero conseguir publicar o poema principal ainda neste ano.
“Poeril”
No meio da conversa
diz o crítico, velho à beça,
ao jovem poeta gentil
Tua ideia é poeril!
O poeta, confuso, inquiriu
Como assim “poeril”?
Quisestes dizer “pueril”?
Pois sou jovem, juvenil.
Poeril, de poeira insistente
Impregna o ambiente,
mas, ao varrer, se desfaz
e, ao aspirar, se esvai.
Pois que seja poeril!
Junto à brisa, ela partiu
Mais um lugar, invadiu
O que era velho, destruiu
E escute, meu senhor
Como poeira, o vento a levou
Como ideia, novo local conquistou
Por causa dela, outro reinado acabou.
Fonte: Jornal de Arapiraca/ Lysanne Ferro