
POR REDAÇÃO COM ASSESSORIA
O suposto golpe político contra o prefeito de Rio Largo, Carlos Gonçalves (PP), continua ganhando destaque em Alagoas. O caso começou a se desenrolar quando, durante uma sessão extraordinária da Câmara Municipal no dia 31 de março, o presidente da Câmara, Rogério Silva (PP), leu uma carta de renúncia que alegadamente teria sido escrita pelo prefeito e seu vice, Peterson Henrique (PP). Após a leitura do documento, Rogério Silva assumiu o cargo de prefeito interino, seguindo a linha sucessória do município.
No entanto, Carlos Gonçalves reagiu imediatamente e negou a autenticidade da carta. Em nota oficial, ele afirmou que nunca teve a intenção de renunciar e classificou o ato como um golpe. O prefeito reiterou que a carta era falsificada e que tomaria todas as medidas jurídicas necessárias para garantir sua permanência no cargo. Ele também afirmou que já havia alertado sobre tentativas anteriores de falsificação de sua assinatura em cartórios de Rio Largo e Porto Calvo, sugerindo que havia uma tentativa orquestrada para forçá-lo a deixar o cargo.
A Polícia Civil de Alagoas foi acionada e iniciou uma investigação para verificar a veracidade das cartas de renúncia. O delegado Igor Diego, que está à frente da apuração, informou que diligências estão sendo realizadas e que o trabalho está sendo feito em conjunto com o Ministério Público Estadual. A investigação tem como objetivo esclarecer se houve falsificação dos documentos e identificar possíveis responsáveis pela fraude.
Rogério Silva, presidente da Câmara Municipal de Rio Largo, tem um histórico de tentativas frustradas de se eleger vereador. Antes de sua vitória em 2024, ele havia tentado ingressar na Câmara Municipal nas eleições de 2012, 2016 e 2020, mas sempre ficou na suplência. No entanto, em 2024, conseguiu conquistar 1.922 votos, sendo o terceiro vereador mais votado da cidade. Rogério é aliado do ex-prefeito da cidade, e a especulação nos bastidores é de que ele teria algum envolvimento na trama que tentou destituir Carlos Gonçalves do cargo. Esses rumores têm ganhado força devido à sua proximidade com o grupo político que apoiou o ex-prefeito e seu próprio histórico de ambições políticas.
O episódio causou grande turbulência política em Rio Largo, pois a cidade já havia experimentado um processo eleitoral acirrado em 2024, quando Carlos Gonçalves foi eleito no primeiro turno com mais de 60% dos votos válidos. O prefeito, em sua defesa, afirmou que não havia nenhuma intenção de renunciar e que sua prioridade era continuar com o trabalho para o qual foi legitimamente eleito. Para reforçar sua posição, ele entrou com um mandado de segurança na Justiça para anular a decisão da Mesa Diretora da Câmara, que havia oficializado sua renúncia e dado posse a Rogério Silva.
Além das medidas legais, o prefeito procurou o Ministério Público e a sede do governo de Alagoas para denunciar o que considera uma tentativa de golpe. Ele também tem recebido apoio da população, que, nas redes sociais, se manifesta favoravelmente ao seu mandato.
Este caso, que envolve questões de autenticidade de documentos e disputas políticas, segue sendo investigado, e a população aguarda respostas sobre os responsáveis pelo que Gonçalves chama de tentativa de golpe. A investigação pode trazer mais esclarecimentos sobre a legitimidade da renúncia e sobre o papel dos envolvidos, enquanto a crise política em Rio Largo segue gerando repercussão no cenário estadual.