A amistosa relação política entre o Lula do PT e o FHC do PSDB vem de longas datas. De fato, houve a bifurcação em pleno 1980, no início da retomada pela democracia. Nascia, ali, a Nova República.
As lutas que haviam, uniam os interesses comuns vencendo os ideológicos entre si. Greves, movimentos da intelectualidade literária, artística, política e eclesiais de base, tudo junto e misturado com o proletariado. Tudo convergia. Era todos contra uns. Era a fantasia dos brasileiros contra as fardas que teimavam em vestir o Brasil.
Tempos ainda da ditadura.
Na pauta, uma profusão de sentimentos que culminaram nos alicerces da Nova República, que se materializou com o advento da Constituição Cidadã.
Lula no PSDB, a fronteira que nunca foi transposta, pois, houve uma pedra no caminho: o PT.
Em campos partidários distintos, a discussão era frenética: Neoliberalismo X Estado Forte.
Elas existiam, as diferenças. A discussões existiam, entre as ideologias. Porém, a civilidade, o respeito, a convivência mútua das diferenças era fato consumado entre aqueles ideários.
Voltemos ao futuro de hoje. A política, a ética, um bagaço. Somos vítimas dessa facada, pesadelo iniciado em 2018.
Na profética passagem da faixa de Presidente da República, de FHC para Lula, a terceira via de hoje nascera naquele momento. Lula ao pé de ouvido de FHC, relembra os fatos, os amigos e parceiros de lutas vencidas pela flexibilidade das convicções e a união das diferenças.
Com um PSDB enfraquecido, quase à beira do caminho, Geraldo Alkmin deixa o partido e parece compor a tão sonhada terceira via, alinhando-se a segunda via do Lula, 32 anos após as bravatas democráticas que os uniam.
As diferenças voltam a ser manchetes; Lula um vulcão político, rompedor e afoito, harmoniza-se com Geraldo médico, complacente e sereno, dado às mais frias reações, anestesista que é. Mas nunca omisso ou “desconvicto”.
Esse casamento estava mesmo escrito nas estrelas, desde aquele dia 01 de janeiro de 2003. Naquela conversa ligeira, faixa presidencial passada no topo da rampa mais famosa do País, o presságio se está fazendo possível.
Nem Moro, nem Mourão, nem Ciro. Até agora, são vias inviáveis de salvar a nossa democracia.
Lula e Alkmin parece ser a primeira, a segunda e a terceira via para a retomada de um Brasil quase destruído pela divisão, falta de direção.
Aguardemos!
Terceira Via, estava escrito nas estrelas!
Fonte: Jornal de Arapiraca / Carlo Bandeira