O baiano de Conceição de Almeida, que foi registrado como Benedito Galvão Ribeiro, chegou a Arapiraca com 36 anos e trouxe uma vasta experiência no tratar do fumo, desde a plantação e classificação a orientação para o beneficiamento, além de gerenciamento de compras, egresso da empresa Guararapes, Importação e Exportação Ltda, de Salvador. Outras experiências: Demam & Cia Ltda (exportadora de fumo), Acomel (Importadora e Exportadora de Fumo Ltda), da qual chegou a ser sócio. Expert em tudo que se relacionava ao fumo, desde quando chegou em 1967, aplicou seu conhecimento nas terras de Arapiraca. Até que fundou, em 1979, a CAPA – Comercial Arapiraquense de Produtos Agrícolas Ltda, produtora de capa escura para charutos e exportadora de fumo em folha.
A vida do baiano Benedito Ribeiro em Arapiraca, de 1967 até sua morte em 2019, foi plena. Enviuvou por duas vezes, deixando nove filhos, 17 netos e sete bisnetos. Ao falecer, estava casado com Maristela Rodrigues Carvalho e com ela viveu por 23 anos.
Benedito Ribeiro não só aplicou sua experiência no cultivo, beneficiamento e exportação de fumo. Foi inovador. Trouxe do exterior a técnica para produção de capa escura para charutos, que era produzida somente pelos Estados Unidos, México, Colômbia, Camarões, Angola e Cuba. Foi um sucesso. Logo, logo, Arapiraca tinha 13 empresas aplicando a técnica da capa escura para charutos.
Inovou mais uma vez: transformou a CAPA, de exclusividade com fumo, em empresa comercializando também milho, soja, feijão, mandioca e milho.
Afastou-se da empresa CAPA em 2011, com 80 anos. Dizia ter cumprido seu dever.
FILANTROPIA
Benedito Ribeiro era um filantropo: um dia, as irmãs franciscanas saíram às ruas, quase desesperadas. Queriam conseguir recursos para reconstruir o muro que cerca todo o Colégio São Francisco de Assis, que havia caído por excesso de chuva. Benedito sozinho mandou levantar o muro, sem alarde, no final da década de 70.
Outro feito: fez doação do terreno para a construção da sede do Clube dos Professores (ele não teve chance de concluir cursos); ou o terreno para a Pestalozzi ser instalada em Arapiraca.
Com os colegas de trabalho, como chamava, doou 30 lotes para funcionários antigos da CAPA que moravam de aluguel construírem suas casas, além de reformar todo o prédio da antiga escola Santa Cecília. Fazia mais: doava parte do lucro da empresa aos funcionários todos os anos.
INOVAÇÃO SEMPRE
Segundo o jornal A TARDE, de Salvador, noticiou em novembro de 1980, havia chegado ao Brasil um técnico angolano, especialista na confecção de folha escura para capa de charuto, fugido da guerra naquelas paragens. Benedito Ribeiro não se fez de rogado e saiu à procura do africano de Angola, encontrando-o em Minas Gerais. Mordomia oferecida e bom salário fizeram o africano aceitar vir para Arapiraca ensinar a feitura da capa de charuto. Durou sete meses e pediu dispensa do trabalho. Motivo, segundo o BRAZILIAN TOBACCO YEARBOOK, publicado pela Gazeta, Grupo de Comunicação, de 2001: “Fui contratado para lhe ensinar a produzir e beneficiar capa escura para charuto. Mas nesses meses o que tenho feito aqui é aprender.”
Mas, visionário, o baiano Benedito Ribeiro vaticinou o declínio da produção e consumo do fumo, em consequência da política de combate ao tabagismo. Dizia ele: “Na certa haverá diminuição no plantio do mundo produtor do tabaco, mas o fumo vai sobreviver no mercado e a tendência é de que o charuto, aos poucos, vá ocupando o espaço do cigarro, que igualmente não irá desaparecer.”
O baiano de Conceição de Almeida, que foi registrado como Benedito Galvão Ribeiro, chegou a Arapiraca com 36 anos e trouxe uma vasta experiência no tratar do fumo, desde a plantação e classificação a orientação para o beneficiamento, além de gerenciamento de compras, egresso da empresa Guararapes, Importação e Exportação Ltda, de Salvador. Outras experiências: Demam & Cia Ltda (exportadora de fumo), Acomel (Importadora e Exportadora de Fumo Ltda), da qual chegou a ser sócio. Expert em tudo que se relacionava ao fumo, desde quando chegou em 1967, aplicou seu conhecimento nas terras de Arapiraca. Até que fundou, em 1979, a CAPA – Comercial Arapiraquense de Produtos Agrícolas Ltda, produtora de capa escura para charutos e exportadora de fumo em folha.
A vida do baiano Benedito Ribeiro em Arapiraca, de 1967 até sua morte em 2019, foi plena. Enviuvou por duas vezes, deixando nove filhos, 17 netos e sete bisnetos. Ao falecer, estava casado com Maristela Rodrigues Carvalho e com ela viveu por 23 anos.
Benedito Ribeiro não só aplicou sua experiência no cultivo, beneficiamento e exportação de fumo. Foi inovador. Trouxe do exterior a técnica para produção de capa escura para charutos, que era produzida somente pelos Estados Unidos, México, Colômbia, Camarões, Angola e Cuba. Foi um sucesso. Logo, logo, Arapiraca tinha 13 empresas aplicando a técnica da capa escura para charutos.
Inovou mais uma vez: transformou a CAPA, de exclusividade com fumo, em empresa comercializando também milho, soja, feijão, mandioca e milho.
Afastou-se da empresa CAPA em 2011, com 80 anos. Dizia ter cumprido seu dever.
FILANTROPIA
Benedito Ribeiro era um filantropo: um dia, as irmãs franciscanas saíram às ruas, quase desesperadas. Queriam conseguir recursos para reconstruir o muro que cerca todo o Colégio São Francisco de Assis, que havia caído por excesso de chuva. Benedito sozinho mandou levantar o muro, sem alarde, no final da década de 70.
Outro feito: fez doação do terreno para a construção da sede do Clube dos Professores (ele não teve chance de concluir cursos); ou o terreno para a Pestalozzi ser instalada em Arapiraca.
Com os colegas de trabalho, como chamava, doou 30 lotes para funcionários antigos da CAPA que moravam de aluguel construírem suas casas, além de reformar todo o prédio da antiga escola Santa Cecília. Fazia mais: doava parte do lucro da empresa aos funcionários todos os anos.
INOVAÇÃO SEMPRE
Segundo o jornal A TARDE, de Salvador, noticiou em novembro de 1980, havia chegado ao Brasil um técnico angolano, especialista na confecção de folha escura para capa de charuto, fugido da guerra naquelas paragens. Benedito Ribeiro não se fez de rogado e saiu à procura do africano de Angola, encontrando-o em Minas Gerais. Mordomia oferecida e bom salário fizeram o africano aceitar vir para Arapiraca ensinar a feitura da capa de charuto. Durou sete meses e pediu dispensa do trabalho. Motivo, segundo o BRAZILIAN TOBACCO YEARBOOK, publicado pela Gazeta, Grupo de Comunicação, de 2001: “Fui contratado para lhe ensinar a produzir e beneficiar capa escura para charuto. Mas nesses meses o que tenho feito aqui é aprender.”
Mas, visionário, o baiano Benedito Ribeiro vaticinou o declínio da produção e consumo do fumo, em consequência da política de combate ao tabagismo. Dizia ele: “Na certa haverá diminuição no plantio do mundo produtor do tabaco, mas o fumo vai sobreviver no mercado e a tendência é de que o charuto, aos poucos, vá ocupando o espaço do cigarro, que igualmente não irá desaparecer.”
A COLHEITA
A colheita do fumo, feita manualmente.
A SECAGEM
A secagem em galpões, livre das intempéries do tempo, para melhor qualidade da folha.
CAPA DE CHARUTO
Depois de curada, folha escura para capa de charuto.
Fonte: Jornal de Arapiraca/ Manoel Lira, Eli Mário e Roberto Baía