Roberto descreve quando policial puxa seu cabelo no momento da revista – Foto: Reprodução / Instagram
Em vídeo publicado no final da noite de quinta-feira (19) nos stories de seu perfil na rede social Instagram, o lateral-esquerdo Roberto, do CSA, descreveu abordagem que sofreu em blitz da Polícia Militar ocorrida na Rota do Mar, que liga o bairro do Benedito Bentes, na parte alta de Maceió, ao litoral norte alagoano.
Os jogadores estavam indo para casa depois de encerrar o treino no Centro de Treinamento Gustavo Paiva quando aconteceu a abordagem. Roberto estava no veículo com outros atletas do CSA, como o lateral-direito Raphinha, o volante Buga e o zagueiro Matheus Santos.
“Estava no carro de boa, 150 policiais ali, na blitz, quando viu nós já fez assim [Roberto descreve o policial puxando uma arma e mandando encostar o carro]”, disse o lateral no vídeo.
Ele então diz que desceu do carro vestindo boné e levantando as mãos. Roberto mostra que o militar o puxou pela gola da camisa e removeu seu boné, jogando no chão. O lateral então faz um gesto de desaprovação balançando a cabeça.
O policial então chuta os calcanhares do atleta para ele afastar as pernas e ser revistado e em seguida puxa o lateral pelo cabelo e começa a realizar a revista procurando algo na região da cintura. Roberto mostra os movimentos da abordagem, inclusive com tapas nas áreas íntimas.
Apesar da forma da abordagem, o lateral conta o caso em tom de brincadeira, divertindo os companheiros de elenco no vestiário do CT. “Engraçado, mas foi tenso”, destacou o lateral na postagem.
Veja o vídeo:
Advogado e jornalista passam por situação similar
A abordagem aos jogadores do CSA é bastante parecida ao caso de um advogado e um jornalista abordados na noite de terça-feira (17) também durante uma blitz, só que no bairro do Vergel do Lago. A operação, realizada pelo Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), abordou os dois profissionais que estavam a trabalho retornando para casa em cruzamento da Avenida Monte Castelo com a Rua Balbino Lopes.
Eles foram obrigados a parar o carro por dois militares, que chegaram apontando armas e perguntando onde estavam as armas e as drogas. De imediato, ambos se identificaram, cada um mostrando suas respectivas credenciais profissionais.
Os militares, de forma truculenta, disseram que não queriam saber, afirmando que para eles advogados e jornalistas não eram nada. A truculência então aumentou e ambos foram colocados de frente para uma parede com as mãos na cabeça. Foram revistados e o carro também.
O advogado questionou por não estar vendo a revista e pediu para abrir a porta traseira do veículo, os policiais negaram e ao final afirmaram ao jornalista: “Você quase levou um tiro porque abriu a porta do carro sem eu mandar”. Os militares explicaram a truculência dizendo tratar de um bairro perigoso.
“A blitz existe para verificar a situação do veículo, seja documental ou estrutural. A situação foi tão absurda que sequer solicitaram a habilitação e o documento do veículo. Em toda minha vida, nunca presenciei nos bairros nobres qualquer conduta ao menos próxima do que presenciei, uma verdadeira balbúrdia e escárnio policial à dignidade da pessoa humana”, afirmou o advogado à reportagem da Tribuna.
Por Tribuna Hoje