Setembro Amarelo: diálogo é fundamental, diz psicóloga

O mês de setembro é dedicado à prevenção ao suicídio, valorização da vida e o cuidado à saúde mental. Para que se reduza os casos, o diálogo sincero sobre o tema é fundamental para que as pessoas que passam por algum adoecimento mental receba a ajuda necessária. De acordo com os últimos dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, no Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, o equivalente a 38 pessoas cometem suicídio por dia, em média.

Para a psicóloga clínica, Rayra Carolin, as campanhas de prevenção são necessárias. 

“É de extrema importância conscientizar as pessoas sobre esse assunto e mostrá-las que o suicídio é um problema de saúde, ou seja, pode ser tratado. Nesse sentido, o Setembro Amarelo e as demais campanhas de prevenção ao suicídio são extremamente relevantes. É preciso destacar que a importância do Setembro Amarelo não se resume em conscientizar as pessoas sobre o suicídio, mas também explicar que essa prática pode ser evitada, busca esclarecer que cometer suicídio não é a solução, bem como conscientizar as pessoas que elas podem (e devem) pedir ajuda”, esclarece.

A atuação de profissionais em casos como esses permitem que situações extremas sejam evitadas, além de desenvolvimento de ferramentas para lidar com o que está acontecendo. 

“Nós profissionais temos a capacidade de oferecer um espaço seguro e acolhedor para que os indivíduos que estejam enfrentando conflitos internos, crises emocionais possam se expressar livremente. Além disso, o psicólogo consegue identificar sinais de alerta e avaliar o risco de suicídio, através de uma avaliação e assim ajudar e ensinar habilidades para o enfrentamento emocional. A pessoa deve procurar ajuda com um profissional da área, para entender mais sobre o que está acontecendo, sentindo e como saber lidar melhor”, pontua a psicóloga que atende adultos de maneira online.

Outro pilar importante no tratamento e prevenção é a família. Compreender e acolher podem ajudar o paciente a se sentir seguro para falar sobre o assunto. “A família é um ponto importante, onde vai apoiá-la, fazê-la se sentir mais acolhida, confortada, amada e assim ajudando o mesmo a melhorar. Por mais que não entenda bem o que está acontecendo ou não saiba afundo sobre o assunto, se mostrar disponível para ouvi-lo sem julgamentos e poder ajudá-lo já constrói uma rede de apoio eficaz”, explica.   

O tema da saúde mental precisa ser visto como uma questão coletiva, uma vez que diversos fatores sociais e econômicos prejudicam a saúde mental, como falta de moradia, falta de saneamento básico, a negação de direitos básicos também precisam ser debatidos para tratar essa questão. 

Conhecer sobre a temática permite que a comunidade consiga compreender e acolher melhor.“A sociedade deve se informar para aprender e ajudar o próximo pois essa é a melhor saída para lutar contra esse problema tão grave. É muito importante que as pessoas saibam identificar quando alguém está precisando de ajuda e a ajude, tendo uma escuta ativa e sem julgamentos, mostrar que está disponível para ajudar e demonstrar empatia, mas principalmente demonstrando conforto para escutar e saber ter uma boa ação para a ajuda”.

É possível buscar ajuda por meio do Centro de Valorização da Vida (CVV), ligação gratuita, 188; CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde); além da UPA 24 horas, SAMU 192, Pronto Socorro e hospitais.